O Miss Maranhão Gay Oficial nos passos do certame nacional.
Passado uma semana do evento Miss Maranhão Gay 2024 preciso falar do que vivenciamos aquela semana e do que significa eventos como esse.
O Miss Maranhão Gay Oficial nos passos do certame nacional.
Passado uma semana do evento Miss Maranhão Gay 2024 preciso falar do que vivenciamos aquela semana e do que significa eventos como esse.
No dia 27 de abril, às 21h, no
Clube do BASA, acontecerá o concurso que elegerá a @miss.maranhao.gay.oficial
2024.
Os ingressos estão à venda na
Bilheteria Digital. No dia do evento estarão disponíveis também na bilheteria
do local a partir das 19h. A festa será transmitida para todo Brasil pelo seu
canal no youtube http://www.youtube.com/@miss.maranhao.gay.oficial
Na programação, além do desfile
haverá várias apresentações de transformistas performáticos vindo de várias
partes do Brasil.
Surama Wilker e Bia Maranhão, 1997.
Participação especial da atual
Miss Brasil Gay, Muriel Lorensoni, eleita em 2023, na cidade de Juiz de Fora. Um
transformista paranaense, doutor em Estudos de Cultura Contemporânea pela
Universidade Federal de Mato Grosso, que tem viajado o Brasil inteiro usando
esse lugar de fala para levar uma mensagem transformadora e estimulante à
comunidade LGBTQIAPN+ historicamente excluída e segregada no Brasil.
Muriel Lorensoni, Miss Brasil Gay 2023.
Presentes também a maranhense
Ariely Duailibe, atual miss Brasil Trans, eleita em novembro de 2023, na cidade
de São Paulo representando o Maranhão e Monique Skaranze atual Miss Brasil Gay
Versão Bahia, cearense que também venceu a edição nacional representando o
Maranhão em Salvador, em novembro de 2023.
Destaque ainda para os artistas
performáticos do eixo Rio/São Paulo, Alexandre Hakan, Marcinha do Corinto e
Lizandra Brunelli e dos artistas locais Bia Maranhão, Surama Wilker, Suzane
D’Castro, Luana Phaifer, Lunna Mitchel, Valeska Furtado, Yanna Biankini e Dalma
Calado.
Abrilhanta a festa ainda, a
pernambucana Antonia Gutierez, ex Miss Brasil Gay de 2019 e André Pavan, diretor
artístico e coordenador nacional do Miss Brasil Gay Oficial.
A festa tem o patrocínio da
Prefeitura Municipal do São Luís, por meio da SECULT e o apoio cultural do
vereador Astro de Ogum, parlamentar de São Luís que há mais de 20 anos apoia e
incentiva este evento, que é uma das maiores festas da comunidade LGBTQIAPN+ do
estado.
O Miss Maranhão Gay, concurso
realizado há 44 anos, se transformou em um dos maiores eventos de beleza do Maranhão.
Ao longo desses anos resistiu e enfrentou muitas dificuldades e truculências.
Suas primeiras edições, na época da ditadura militar, foram feitas em sítios
particulares, na região da ponta d’areia, somente para convidados. Após a
redemocratização, em 1985, a festa ganhou feições públicas, porém realizada nos
guetos. Somente em 2014, há exatos 10 anos, quando passou a ser feita na
Panetti Bufett, a festa chega às melhores casas de eventos da cidade, se
tornando um dos maiores espetáculos locais de arte e beleza transformista.
Coordenação: Itamilson Lima e
Wallen de Sousa
Organização: Itamilson Lima,
Enoque Silva, Rivanio Almeida e Bia Maranhão
O período Pascal cada dia mais está sendo imortalizado pelos comerciais ovos de chocolate, ovos de colher, caixas de bombons (cada vez mais vazias) e barras (cada vez menores)... e dá-lhe Garoto, Lacta, Nestlé, Cacau Show, Ferrero Rocher, Kopenhagen... têm sido Páscoas gostosas, mas vazias de significados. Têm valido mais os valores monetário dos ovos que os valores de Cristo.
Toda cidade tem seus moradores que entram para a história como personalidades ilustres, que ficam na memória das pessoas por anos a fio. Em Santa Teresa do Paruá, minha terrinha Natal (a 416,1 km de São Luís via BR315 e a 251,7 km via ferry-bout) não é diferente. Tem muita gente querida por ter contribuido significativamente com a construção socioeconômica da cidade, mas há ainda os que contribuíram, mesmo que involuntariamente, com a construção de uma história à parte ligada, digamos, mais ao imaginário popular e que não merecem ser esquecidas.
"Quando a sua identidade é forjada no mundo virtual e você se vê jogada no mundo real… esse desconhecido", postou em uma rede social a escritora Glória Perez acerca da desistência de Vanessa Lopes do Big Brother Brasil 24, programa da TV Globo.
Para que esse texto faça maior sentido para você que não acompanha o reality show eu preciso dizer quem é Vanessa Lopes. Trata-se de uma jovem pernambucana, influenciadora digital, dançarina e cantora brasileira, de 22 anos, com mais de 30 milhões de seguidores no TikTok, onde faz sucesso com suas coreografias. Em resumo, uma das famosas convidadas a participarem do programa. Acontece que na última semana a participante vinha mostrando indícios involuntários que algo sério estava acontecendo com seu psicológico. Vendo sinais na parede, sentimento de perseguição, que todos eram atores contratados para lhe tapear, que todos estavam dando sinais de que os acontecimentos eram ligados a sua estadia no reality, acreditar que os artistas que fazem shows na casa estavam dando mensagens secretas para ela ou falar que recebe sinais dos quadros de decoração do local e outros.
Sendo dessa geração, e sendo ela uma "personagem" que cresceu pessoal e profissionalmente ligada ao mundo da Internet e acabou por desenvolver uma personalidade virtual. A Vanessa Lopes que as pessoas conhecem é uma menina segura, confiante, vibrante alegre, feliz, que canta e dança... enfim, as pessoas conhecem só uma "imagem idealizada" que a Vanessa real quer mostrar, que gera engajamento.
A geração TikTok vive nesse mundo em que as amizades vêm através de likes, o bem-querer se mede pela quantidade de seguidores e o conhecimento íntimo mais profundo do outro está nas nos feeds, reels e storys de cada um. Ora, se para as pessoas de gerações anteriores, assim como eu, que teve criação em um mundo real e pé no chão, que ainda tem a conversa olho no olho, que visita casa de um e de outro (embora com moderação), de experiências de infâncias raiz é difícil se encontrar nesse mundo virtual. Imagina para os que vive com a cabeça em outro mundo, como se fosse de fato um ser vivente no famoso metaverso.a
Só para se ter uma noção, em 2023, eu passei por alguns problemas psicológicos e psiquiátricos dadas às minhas experiências de vida que não me foram positivas em diversas fases de minha vida. Se antes me sentia sufocado por ser de uma família muito querida, tida como referência na cidade em que morava, vivia a comparação com os irmão mais velhos, inteligentes e estudiosos associado ao medo que tinha da reação das pessoas quanto a revelação da minha sexualidade. Agora, mesmo eu sendo um bom e belo exemplar de um autêntico leonino, eu não conseguia avançar em alguns aspectos da minha vida. Uma coisa que estava me prejudicando bastante era a possibilidade de ser pautas negativas das conversas das pessoas, o comportamento, olhar torto, as mudanças de assunto quando eu chegou perto delas... o medo do julgamento passou a me incomodar mais que antes. E eu tendo sido criado a base olhar percebo os mais sutis movimentos dos olhos durante as conversas, por exemplo.
Com o tempo fui querendo eu ser um cara mais educado, mais cortês e racional nas minhas reações e respostas às situações da vida passei a tentar ignorar. Mas, depois ficava me consumindo e criando ranços, raivas, rancores, ódios, tristeza, ansiedade, depressão e pensamentos negativos. Tudo isso vindo crescendo de forma discreta e que só foi possível perceber quando já estava muito sufocante. Tudo isso crescendo como um avalanche e levando em consideração que eu não estava em um confinamento cercado e vigiado 24 horas por dia, apesar de postar muitos momentos "felizes" nas redes sociais. Para avançar esses pontos eu procurei ajuda psicológica e psiquiátrica que me acompanham até hoje e me farão companhia por tempo indeterminado.
Se para para mim que já tenho 44 anos, fui criado em um mundo real e não tenho a vida tão expostas tem sido um processo seguindo passo a passo, imagina esses jovens de vida virtual e superficial.
Voltando à pobre menina rica, Vanessa Lopes, que estava no confinamento global, ela disse por vezes que estava com medo do cancelamento na internet, estava com medo do julgamento paternos - ela disse que eles são frios e acham que chorar é coisa de gente fraca - e apresentou sintomas de nomofobia, transtorno causado pela abstinência do uso de celular. Em vários momentos apresentou picos de confusão mental... tudo isso foi gerando um sentimento de preocupação tanto nos colegas da casa mais vigiada do país quanto nos telespectadores do programa. A jovem, em meio a uma conversa e fazendo uma fala com sentido questionável, desistiu desse projeto que poderia lhe render uma premiação milionária. Levantou e apertou o botão que sinalizou sua desistência.
Houveram até muitos casos de pessoas que reagiaram com preocupação, alívio e acolhimento, em especial alguns famosos. No entanto, após sua saída muitas brincadeiras sem graça foram postadas nas redes sociais. Muitas chacotas foram feitas... muitos deboches, muitos sarros foram tirados. Pois bem, em se tratando de uma pessoa com visíveis problemas psicológicos ou psiquiátricos é salutar essa postura ou pode pode agravar a situação? Fica aqui para a reflexão ao leitor. Contudo, na minha mais que humilde opinião, que já está formada, pelo meu histórico é que já vemos tantos casos de bullings cibernéticos e julgamento no tribunal da internet que terminam em morte que a reação das pessoas aqui fora deveria ser outra. Independente de gostar ou não da passagem da pessoa pelo programa, independente de cor, raça, religião e/ou posição política. Só pra citar o caso mais recente, as pessoas esqueceram o que aconteceu com a jovem Jéssica Canedo que foi julgada depoia viralização da fase news que dizer que ela tava de romance com o humorista Whindersson Nunes?
Precisamos ter mais responsabilidades com o que vamos postar nas redes sociais, em especial as pessoas que têm muitos seguidores e que acabam por ter, por isso, mais peso nas opiniões lanacadas nas redes, pois acabam por influenciar outras pessoas a compartilharem de suas opiniões equivocadas.
Em 2023, com ajuda dos profissionais que me acompanharam e dos que me acompanham atualmente eu consegui perceber muitos dos meus gatilhos que startam em mim muitos sentimentos negativos. Aprendi que preciso me acolher mais, não me julgando quanto a estes sentimentos por serem reações a situações vivenciadas de forma equivocadas e que não foram resolvidas da forma adequadaou se quer nem foram resolvidas. Além disso, houveram tantas outras situações que jamais poderiam ter sido vivenciadas por mim - e nem por ninguém, em especial enquanto criança -, mas, que por razões de terceiros fui vítima.
Para 2024 minha principal meta é tirar do coração e da mente a questão de ainda ser vítima dessas situações passadas e de todos os sentimentos negativos que isso me causa ainda nos dias de hoje. Isso inclui acreditar mais em mim mesmo e julgar-me bem menos. Preciso ser muito mais #TeamRivas.
Para chegar até esse meu estágio tenho o suporte profissional há um certo tempo. E quem não tem percepção de que precisa buscar ajuda? Ou não tempo hábil dessa busca durante uma crise? E quem não tem condições ou possibilidades de buscar a ajuda necessária? Ou pior ainda... e quem está em crise e é pego de repente, de surpresa por algum gatilho? Nem precisa ser um gatilho graaande e crueeel, pode ser uma "brincadeira" para quem faz, pode ser uma frase, um comentário... ninguém nunca sabe o nível do problema de saúde mental de outra pessoa. Quem tem ansiedade, depressão ou sindrome do pânico, por exemplo, entra num desespero gigante em que tudo é drastica e monstruosamente maior do que na real pode ser para quem tá de fora. Entretanto, é um sentimento de que a vida da pessoa é só problema sem fins. É tanta confusão mental que para parar tanto sofrimento só tem um fim... sair desse mundo. No mundo real não tem um botão do BBB pra pedir socorro. Só quem tá doente sabe o tamanho dos fantasmas que lhe afligem. E quem desejar isso a outra pessoa a não é mais humano. Quem não souber o que dizer, que não diga nada, mas que acolha nos gestos, ações ou simplesmente ouvindo. Sem julgamentos!