Há alguns anos, acho que 2019, estive em Belém (PA) onde passei uns dias trabalhando. Apesar de ter que ficar longe de casa - o que não me agrada muito, pois sou muito caseiro - se faz necessário para um melhor desenvolvimento profissional. Mas, tem o lado bom da história que é aprender mais, conviver com colegas que no restante do ano só nos vemos de forma remota, fortalecer relações de trabalho e amizade e, conhecer ou voltar a restaurantes incríveis, que em Belém não é nada difícil. É sobre isso que quero falar.
quinta-feira, 22 de dezembro de 2022
VALE MUITO VER-O-AÇAÍ
sábado, 3 de dezembro de 2022
SALVE AS DORES NOSSAS DE CADA DIA
"Doer, dói sempre. Só não dói depois de morto. Porque a vida toda é um doer. Eu sou essa gente que se dói inteira porque não vive só na superfície das coisas."
Li hoje essa frase atribuída a grande e brilhante escritora Raquel de Queiroz no perfil da professora, psicóloga e pessoa muito sabia, Socorro Marinho. A frase sempre me pega de jeito, pois é uma das frases com a qual mais me identifico como ser vivo.
A vida é isso... a vida é um doer sem fim. Aliás, a vida é uma sucessão de busca pelo fim das dores de cada momento vivido. Para se ter a percepção e sensação de superação das dores da vida é preciso sair da superficialidade. Isso para quem não tem medo, ou não tem saída, e aprofunda na dor e chega à conclusão que não tem outra jeito a fazer senão ser forte, buscar solução
para sanar pela raiz a causa da dor sentida. Fora isso somente duas outras saídas... dar tempo ao tempo é também uma opção. Ele, o tempo, sempre foi e será um excelente remédio. Ele cura ou enterra qualquer mal. Qualquer dor. A outra e última saída, a meu ver, seria deixar que nossos fantasmas, medos e dores nos dominem e nos paralisem. Isso não nos dar muito repertório de vida e não nos ensina sermos fortes ou resilientes e, menos ainda, não nos amadurece e nem nos faz crescer.
Aprofundar na dor para vencê-la é como entrar naquela velha casa que nos causa medo na nossa rua. É entrar na casa, encarar todos os fantasmas que acreditamos morarem lá dentro. Encarar esses fantasmas nos levam a uma conclusão quanto suas existências ou não existências desses fantasmas. Ao encararmos nossos fantasmas e vermos que temos razões em sentirmos medos deles e constatarmos que podemos vencê-los ou superá-los somos tomados por sentimentos de fortalecimento, amadurecimento e de vitória. Ao passo que quando diagnosticamos que nossos fantasmas não têm razão de existirem nos sentimos bobos e até infantis, mas, se observarmos no fundo do nosso ser nos sentimos igualmente vitoriosos por, de alguma forma, encararmos nossos medos e fantasmas que por alguma razão nos causaram dores. Isso nos faz mais maduros. O que não ocorre com que foge da coragem de encarar com profundidade a dor sentida.
Viver é isso... viver ter a certeza que as dores virão e que precisamos sará-las. A cada dor que vai devemos ter certeza de novas dores que vêm. Entretanto, cada dor que se vai nos deixa a satisfação pelo aprendizado, pela sobrevivência, pelo fortalecimento e amadurecimento. Isso é indiscutível, indescritível e incalculável! Sábia Dona Raquel de Queiroz!
domingo, 20 de novembro de 2022
DEPRESSÃO É PAPO SÉRIO!
Muita gente taxa o quadro depressivo como frescura de quem não sabe como chamar atenção. Não... depressão não é frescura! E anda longe de ser. As características de uma pessoa depressiva são múltiplas e os sintomas são igualmente variadas. Logo não posso falar por todos. Mas, posso sobre meu caso. Sim, eu convivo e trato minha depressão há pelo menos 17 anos, às vezes mais forte e outras vezes mais fraca e outras controladas com medicações.
A depressão não se instaurou de uma hora para outra. Ela é uma construção feita de traumas, decepções e muitas frustrações nas mais diversas áreas de nossas vidas. Cada um desses “tijolinhos” vai sendo colocado e não vamos tratando de resolver aquela questão de imediato e eles vão se firmando. E nós? Vamos ficando calados, “dando tempo ao tempo” e não disseminando de fato as questões, não as dando solução de fato. Deixando nossas insatisfações caladas e dando prioridades às falas, opiniões, atitudes, ações, satisfações e razões a terceiros, que podem ser próximas ou não. E se passamos por situações de abusos e violências psíquicas, físicas e/ou sexuais, tudo piora ainda mais. Pois ficamos nos sentindo impotentes, vulneráveis e, pior, culpados.
Sabe aquela história que não quero ter razão, eu quero ser feliz? Um balela e de nada vale se de fato, lá no íntimo, temos de fato algum incômodo que situações chatas nos causam. Comigo sempre fui assim. Apesar da minha natureza questionadora fui criado para não discordar, não enfrentar, não bater boca e nem brigar na rua... isso me fez engolir muitos sapos na vida, os quais sempre tentei esconder atrás de uma figura debochada e divertida. Até que chegou o dia que não precisou de engolir um sapo, bastou apenas a última gota d’água. Lembro exatamente do dia quando tudo começou.
Era período natalino, eu vinha de uma série de sapos que vinha engolindo na vida, a empresa passando por profundas transformações, medo de perder o emprego, frustrações por sonhos não realizados, etc, etc, etc... tudo eu falava que nada disso me abalava, mas o coração e a cabeça a mil. Nesse mesmo período fui chamado fazer decoração das lojas da empresa que trabalho – na época tinha outro nome -. Fiz uns anjos lindos e no dia que fui mostrar o protótipo à diretoria da empresa que amou. Quem estava lá na hora era minha concorrente para desenvolver esse trabalho – pessoa que eu tinha grande carinho –. Ela lançou um olhar de desdenho e desprezo tão escancarado que a decepção que senti me jogou num abismo de tristeza terrível. As pessoas não me reconheciam mais. Uma amiga de trabalho se obrigou a tirar meu desktop da sala em que eu trabalhava para que eu não ficasse sozinho. Foi quando eu melhorei de fato.
Mas vida, a vida é uma caixinha de surpresa, tinha me reservado algumas outras surpresas desagradáveis que precisava que está preparado para tal, o que não era o caso. Para começar um diagnóstico errado fragilizou ainda mais a saúde minha sobrinha que nascera prematura. Depois meu pai faleceu de um infarto fulminante sem prévio aviso como é comum acontecer nesses casos. No ano seguinte minha sobrinha também falecera após um cirurgia que sua única esperança.
O sentimento era que eu estava diminuindo, ficando minúsculo e o mundo crescendo e se transformando em um monstro gigantesco daqueles que vemos nos filmes de ficção científica. A vida da gente vira um pesadelo real. Nada na vida tem solução, muito pelo contrário, tudo parece que só piora. O boleto que atrasa, a faculdade que parou, o trabalho que não entrego no prazo, a ajuda que peço e não tive retorno, o risco de perder o emprego, o olhar atravessado, o sorriso que não veio, o abraço apertado que eu queria receber e não recebi, o obrigado que eu queria ouvir e não ouvi... tudo é problema, tudo é gigantesco, tudo é monstruoso e sem fim. Quero ter atitude, ter ação e solução... mas, as paredes construídas em nossa volta fazem o fundo do poço ser ainda mais escuro, frio, congelante e paralisante que os especialistas ouvem em seus consultórios. Tudo cresce tanto que a única solução é o fim. E não é o fim o problemas, mas o nosso próprio fim.
Teve uma noite que acordei, no meio de uma alta crise, com a única companhia que não me largava noite alguma, a insônia. Queria dormir, pois a única hora que eu não tinha monstros na vida era na quando estava dormindo. Nessa noite parecia que as paredes do quarto escuro estavam me apertando, me sufocando. Fui para janela do quarto pedir a Deus que me levasse, que me tirasse a vida ou me dessem a solução dos meus problemas e uma arma contra meus monstros. Foi quando veio a minha cabeça minha mãe e meus sobrinhos que já tinham perdido o marido, uma neta, o avô, a irmã, a prima... Olhei então meu companheiro deitado... Se eu me fosse eu estaria transferindo meus problemas para um ainda maior a todos eles. Senti algo no meu interior, pois de fato eu não queria acabar com minha vida. Eu queria acabar era com meus problemas, pois esse é o sentimento de quem busca esse recurso extremo.
Infelizmente nem todos tem tempo de ter ou perceber seus milésimos de segundo de sanidade metal antes do ato final. Eu percebi e senti que meu problema não era eu de fato, mas os problemas que precisar focar em cada um deles por vez e passar a não me calar diante das minhas insatisfações, doesse a quem doesse. Não poderia mais doer em mim – tadinho dos meus irmãos, colegas de trabalho e amigos conviveram com meu lado mais sombrio sem saberem as razões de tal KKKKKK. Perdão queridos! –. Sorte de todos, e principalmente a minha, que com o tempo aprendi que o que não pode doer em mim, não necessariamente precisa doer em alguém, salvo os casos que precisam ouvir algumas verdades. Mas, até isso acontecer perdi muitas oportunidades de amizades e experiências de vida excepcionais.
O fato é que posso ter perdido grandes oportunidades e experiências, mas as que eu tive me fizeram ser eu. E o meu eu hoje é um eu melhor que antes. Sou uma pessoa que ainda faz tratamento, tomo minhas medicações, mas sou consciente do que me causaram a base da depressão. Tenho gradativamente compartilhado com os meus mais próximos – isso me ajuda muito a enfrentar cada um desses problemas raízes e achar o caminho melhor para as possíveis soluções dos mesmos -. Hoje estou bem, tenho noção de situações que me possam ser gatilhos graves e optar, se for inevitável, por encará-los de forma mais forte e consciente.
Para muito isso pode ser motivo de vergonha, para mim não. Já foi!!! Contudo, não o é mais vergonhoso, porém, não chega a ser motivos de orgulho. Orgulho eu tenho de poder entre tantas turbulências internas conseguir ainda sorrir e tirar sorrisos dos meus amigos. Orgulho de poder expressar em falas o que sinto. Orgulho de poder buscar nas minhas fotografias uma forma de externar minha forma de ver a vida que às vezes não consigo por palavras. Orgulho eu tenho em, nas vezes que não tenho fotografias e falas para expressar meus sentimentos, eu tenho palavras para escrever e organizar meus pensamentos. Orgulho eu tenho de ser uma pessoa cada dia mais forte e consciente do meu quadro e de poder buscar os tratamentos possíveis para me manter são. Orgulho eu tenho ainda mais de poder acolher, abraçar, ouvir e dar forças a amigos que precisam desse apoio. Seja você também um apoio a quem precisa e de força para enfrentar seus monstros.
sábado, 19 de novembro de 2022
COM O AFETO DAS CANÇÕES
Esse clipe não é o oficial. Mas, poderia ter sido. Rsrsrrs. Hoje, mais de um ano, após ele ter sido produzido e do lançamento do clipe oficial, decidi publicar a minha versão.
Agradeço aos meus amigos queridos me cederam suas imagens de amor e afeto para compor esse material. E agradecer a Ricarte Almeida Santos, Daniele Assunção, Catarina e Cora que, juntos com outros jovens e crianças incríveis conseguiram formar uma família diversa e, acima de tudo, cheia de amor.
quarta-feira, 12 de outubro de 2022
TEMPOS DE CRIANÇA: LEMBRANCAS QUE SALVAM
Eu e meu primo Laade - 1984
Estamos no 12º dia do mês de outubro de 2022. Além de ser dia de Nossa Senhora Aparecida – o que só passei a “reconhecer” depois de adulto – é dia das crianças, data nunca esquecida. E, estava aqui sentado olhando meu celular, assim como a maioria das pessoas deve estar, vendo fotos de tantos amigos crianças nas redes sociais. Vejo em cada foto um brilho no olhar, reflexo de uma vida de criança criança, não de crianças “miniadultos” que pensam ser crianças dos dias de hoje. Daí veio uma saudade dos meus tempos de criança...
domingo, 4 de setembro de 2022
O DEBOCHE COMO ARMA DE AUTODEFESA
Meu pai era preto de pele escura e minha mãe é branca, bem alva, embora de cabelo cacheados. Assim, eu e meus irmãos saímos nos mais variados tons de pele, mas todos um a cara do outro. Eu, especificamente, sou preto de pele média, nem claro e nem escuro, mas, com todas as demais características descendentes dos povos africanos: nariz volumoso, cabelo crespo, boca carnuda, pernas grossas, quadril largo e cintura fina. Portanto, sou preto e tenho muito, muito orgulho disso. E cada vez tenho mais.
domingo, 1 de maio de 2022
CARTA ABERTA A MILTON CUNHA E LUCINHA NOBRE
Sao Luís (MA), 01 de Maio de 2022.
,Olá, meus queridos amigos,
Vindo aqui parabenizar vocês dois, Milton Cunha e Lucinha Nobre, pelos seus trabalhos nas transmissões dos desfiles oficiais. E, mais que isso, pelos trabalhos de por vocês pelo carnaval como um todo.
As histórias de ambos mostram que carnaval é mais profundo que a o brilho, folia e o desfile em si. Carnaval é o trabalho, o estudo, a pesquosa, o treino, o suor, a dedicação, o labor, é onde muitos tiram o sustento da vida. Portanto, Carnaval também é vida.
Você, Lucinha, como filha de sambistas e irmã do cantor Dudu Nobre não lhe deixou fixa no lugar da "irmã de famoso". É filha do Samba pura e plena e assim se fez Porta-bandeira, das mais consagradas, respeitadas e lembradas da história. Hoje também louvada como comentarista da Série Ouro do carnaval carioca e é o ponto de ligação entre o desfile e o público carioca que não tem oportunidade de ir à avenida.
Milton Cunha, irmão... imagino que nem nos seus sonhos mais loucos de infância na busca por tudo almejado, você esperou chegar para onde esta caminhando (você ainda vai mais longe). Digo isso porque sonhar você sei que sonhou. No entanto, o caminhar até o sonho nunca foi fácil. E você vai chegar lá, pois vem construindo esse caminho com dedicação, estudo, produção, pesquisa, projeção, execução e entrega. Você é hoje a voz do carnaval carioca. Da Criança da Ilha do Marajó, no Pará, a uma enciclopédia carnavalesca para o Brasil e para o mundo.
Parabéns! Parabéns, queridos amigos pela história de cada um de vocês. Mas, um PARABÉNS ESPECIAL para seus trabalhos na transmissão do Desfile das Campeãs pelo Multishow, que acabou de encerrar. Vocês estavam livres, felizes, empolgados, cantantes, brincantes e jamais deixaram de dar as aulas de conhecimento e vivência que têm no mundo do samba e do carnaval. Aliás, vocês dois passam mais que conhecimento profundo. Vocês passaram intimidade entre si e, sobretudo, intimidade com o universo carnavalesco, que todos sabem quem têm. E ali fora sentido por quem os assistiu.
Vocês separados são excelentes, mas juntos, vocês dois foram sensacionais! Transmitiram vivência! E que seus lugares de fala, com preparo e dedicação são seus diferenciais. Vocês dois juntos dominaram a transmissão, sem serem invasivos ou deselegantes com a Laura Vicente e os demais profissionais envolvidos. Deram um show! Que essa liberdade ainda mais livre (desculpem a redundância, é proposital) lhes sejam dadas também nas transmissões dos desfiles especiais.
Parabéns, deu muito orgulho do trabalho de vocês. São referências inspiradoras.
Obrigado pelo que você nos entregaram.
Foi muito além de lindo!!! Foi PERFEITO! INTEIRO! COMPLETO!
Fiquem com meus abraços pulantes, comemorativos e meus beijos mais estalados em suas bochechas.
Sem mais, além da minha gratidão e empolgação,
Bom descanso!
Rivas
terça-feira, 26 de abril de 2022
GRANDE RIO, CAMPEÃ!
sábado, 12 de fevereiro de 2022
MUSEU DA GASTRONOMIA MARANHENSE: Destaque como atração Turística no Maranhão
Logomarca do Jornal Cazumbá |
Completando duas décadas de sua fundação o Jornal Cazumbá, que tem a sua frente o Turismólogo e Jornalista Reginaldo Cazumbá (como ficou conhecido, eu mesmo já não lembrava que seu sobrenome civil é Rodriguea - e acho que nem ele), realizou na noite de ontem o V Prêmio Cazumbá de Turismo e Cultura - o Oscar do Turismo do Maranhão - após uma pausa que a pandemia impôs. Na ocasião de ontem foram premiados personalidades e instituições, públicas e privadas, indicadas por pessoas da área e escolhidas por votação popular através de formulário on-line.
Troféus do V Prêmio Cazumbá de Turismo e Cultura |
Rivas (eu) e o curador do Museu da Gastronomia Maranhense, Enoque Silva, latejando o totem com texto de apresentação do Museu |