sábado, 3 de dezembro de 2022

SALVE AS DORES NOSSAS DE CADA DIA

 "Doer, dói sempre. Só não dói depois de morto. Porque a vida toda é um doer. Eu sou essa gente que se dói inteira porque não vive só na superfície das coisas."


Escritora Raquel de Queiroz 

Li hoje essa frase atribuída a grande e brilhante escritora Raquel de Queiroz no perfil da professora, psicóloga e pessoa muito sabia, Socorro Marinho. A frase sempre me pega de jeito, pois é uma das frases com a qual mais me identifico como ser vivo.

A vida é isso... a vida é um doer sem fim. Aliás, a vida é uma sucessão de busca pelo fim das dores de cada momento vivido. Para se ter a percepção e sensação de superação das dores da vida é preciso sair da superficialidade. Isso para quem não tem medo, ou não tem saída, e aprofunda na dor e chega à conclusão que não tem outra jeito a fazer senão ser forte, buscar solução
para sanar pela raiz a causa da dor sentida. Fora isso somente duas outras saídas...  dar tempo ao tempo é também uma opção. Ele, o tempo, sempre foi e será um excelente remédio. Ele cura ou enterra qualquer mal. Qualquer dor. A outra e última saída, a meu ver, seria deixar que nossos fantasmas, medos e dores nos dominem e nos paralisem. Isso não nos dar muito repertório de vida e não nos ensina sermos fortes ou resilientes e, menos ainda, não nos amadurece e nem nos faz crescer.

Aprofundar na dor para vencê-la é como entrar naquela velha casa que nos causa medo na nossa rua. É entrar na casa, encarar todos os fantasmas que acreditamos morarem lá dentro. Encarar esses fantasmas nos levam a uma conclusão quanto suas existências ou não existências desses fantasmas. Ao encararmos nossos fantasmas e vermos que temos razões em sentirmos medos deles e constatarmos que podemos vencê-los ou superá-los somos tomados por sentimentos de fortalecimento, amadurecimento e de vitória. Ao passo que quando diagnosticamos que nossos fantasmas não têm razão de existirem nos sentimos bobos e até infantis, mas, se observarmos no fundo do nosso ser nos sentimos igualmente vitoriosos por, de alguma forma, encararmos nossos medos e fantasmas que por alguma razão nos causaram dores. Isso nos faz mais maduros. O que não ocorre com que foge da coragem de encarar com profundidade a dor sentida.

Viver é isso... viver  ter a certeza que as dores virão e que precisamos sará-las. A cada dor que vai devemos ter certeza de novas dores que vêm. Entretanto, cada dor que se vai nos deixa a satisfação pelo aprendizado, pela sobrevivência, pelo fortalecimento e amadurecimento. Isso é indiscutível, indescritível e incalculável! Sábia Dona Raquel de Queiroz!

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