quarta-feira, 26 de agosto de 2009

ATENÇÃO SENHORES TURISMÓLOGOS! APERTEM O CINTO...É HORA DE DECOLAR!



Nossa Senhora... como é difícil seguir uma carreira na vida, em especial, aqui em São Luís. E se for na área turística então... chega a ser frustrante em muitos casos. Quando estava no ensino médio, assim como todo mundo, fiquei naquela dúvida danada. Prestei vestibular para Psicologia, Hotelaria e nada de passar. Até que em 2000 fui aprovado na UFMA para Educação Artística, mas como o curso era licenciatura, e ainda por cima era matutino, e eu já trabalhava o dia todo...tive que abandonar após discutir com o coordenador do curso que dizia “não entendo porque estudante tinha que trabalhar. E esta situação será levada ao colegiado, porque aluno tem que tomar uma postura quanto a trabalho e quanto a estudo”. Disse-lhe umas verdades e nunca mais voltei.

Devido ao trabalho deixei passar alguns anos e voltei a prestar vestibular. Desta vez para uma faculdade particular e no turno noturno. O curso escolhido foi turismo, já que meu companheiro trabalhava na área e eu me apaixonei por tudo que envolvia a atividade turística. Com o tempo, já conhecia a maioria das pessoas do trade de São Luís e todos me conheciam. Para fazer-me ser notado, afinal “quem não é visto não é lembrado”, comecei a me oferecer para colaborar em algumas atividades, sem remuneração. E mais... quando havia trabalhos fora do Estado, na maioria das vezes, me banquei passagens, hospedagens, alimentação...tudo para que me vissem trabalhando, me conhecem como profissional e quando chegasse ao fim do curso conseguisse algo dentro da minha área, mesmo que com salário menor que o que ganho atualmente, queria/quero mesmo é trabalhar dentro de minha área de formação. Trabalhar com tesão! Contudo, como dizem, “triste ilusão”...

Ei...mas isso não é “privilégio” meu apenas. Nesta situação estão muitos turismólogos. Antes do curso a alegação é que não se tem formação na área. Depois você não tem experiência. Mas, como?.. e o estágio curricular e o extra curricular? De que valem? Apenas garantir as horas complementares pra se conseguir colar grau? E a experiência acadêmica? E os projetos de faculdade que se fazem, e fazem bem feitos... em boa parte das vezes, feitos com primor e com trato de profissional e, em alguns casos, chegando a ganhar espaço e visibilidade fora da academia? Ninguém dar importância para uma monografia feita com esmero, com dedicação e que resultou em nota 10? Ninguém leva em consideração e nem dão valor a nada disso. Mesmo as pessoas que são do trate e são mestres ao mesmo tempo. Aqui, no Maranhão, não consideram como sinônimo de esforço e dedicação as pessoas que se sujeitam a trabalhar em uma área para pagar a sua formação em outra. O que poderia ser considerado como esforço pode ser tratado como desinteresse ou desleixo de estudante irresponsável.

Profissional de turismo no Maranhão? É difícil de comentar, afinal são centenas de profissionais no mercado e sem oportunidade. A grande parte capacitada e qualificada. Mas, não! As vagas são sempre dos mesmos (e o Estado nunca sai do estágio de “agora vai deslanchar...”) e os novatos que entram só as alunas “queridas” ou os que possuem os famosos altos “QIs” (Quem Indica).

As empresas privadas quando escapam de trabalhar apenas com familiares só colocam as indicações de seus conhecidos. Somente uns e outros dos estagiários, em raros casos, são contratados. Mas, nas repartições públicas somente as velhas e “costumeiras” ações de nepotismos e o batido QI, já comentado acima. Aliás, o “Quem Indica” não é uma forma ruim de seleção de pessoas. Muito pelo contrário. É uma excepcional maneira de se conseguir pessoas dentro dos perfis procurados e por isso não o descrimino. Ele é um grande ganho de tempo. Eu mesmo já o usei tanto na condição de contratante quanto na condição de contratado e não me arrependo. Praticá-lo-ei sempre que possível e necessário for.

O pecado está é no “QI Político” que tornam a atividade turística em celeiro de cargos políticos. Isso deste o minisério, que teve a sua frente uma sexóloga. Tal situação acaba fugindo do controle, na maioria dos casos, até mesmo das pessoas que gerem estes órgãos que, sei, até planejam colocar pessoas capacitadas, qualificadas e que se identificam com os trabalhos. Mas são ações que fogem se suas vontades. São determinações superiores. Só lhes cabe acatar as ordens. E dá-lhes órgãos cheios de pessoas que ainda pensam que fazer turismo é apenas viajar, frustrando até mesmo os gestores.

É triste ter que dizer que é quase frustrante escolher a formação de turismólogo pra ganhar a vida. Maaaaaas, não nos dou este direito ainda! Afinal, não existem apenas estes meios para se fazer trabalhar na atividade turística. Este é apenas o meio mais direto, digamos assim, de fazer algo “efetivo e concreto” pelo Estado em si.

Entretanto, não estou aqui para mostrar que não há possibilidades para o profissional de turismo na ilha. Quero mesmo é despertar uma nova visão nestes profissionais, principalmente pra mim mesmo. Se as coisas não podem ser feitas de uma maneira mais fácil e mais direta que façamos então pela via menos direta. O importante é que façamos o que queremos e alcancemos nossos objetivos.

Busquemos novos caminhos, novas alternativas, novas saídas. Sempre digo que devemos agradecer por tudo, até mesmo pelas situações ruins e, assim, devemos tirar sempre o lado positivo destas situações. São as situações desagradáveis que nos possibilitam mudar, nos reinventar. Então... a hora é essa! Sejamos o novo de novo!