quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A VAIDADE NÃO PODE MATAR O PROFISSIONALISMO

Foto: suacidade.com

Ser vaidoso é uma forma se mostrar ser uma pessoa preocupada com seu bem estar e com a própria imagem. Não no sentido de se preocupar com o que os outros vão pensar, mas na imagem em que se está passando aos outros. Isso é sadio. Isso é até bonito. Quando se leva a vaidade, no sentido de competição, para o âmbito cultural muitas vezes o tema torna-se até folclórico, deixando as brincadeiras com um certo charme. Agora, quando se deixa a vaidade passar a fronteira do folclórico ou do charme, deixando o individual sobrepor o coletivo, torna-se imaturo, ou mesmo infantil. Beira o ridículo. E quebra o profissionalismo.

No sábado, 04 de fevereiro, dei uma passada no ensaio técnico da beija-flor (Escola de Samba do RJ) para o próximo desfile onde estavam 7 grupos folclóricos e culturais ensaiando sua participação no desfile da escola carioca, que homenageará nossa cidade. Além de uma boa dose de envolvimento, empolgação, determinação e amor por seu Estado por parte dos brincantes dos grupos folclóricos, vimos - eu e todos presentes - um fato que foi , no mínimo, inusitado. Dois exemplos de comportamentos antagônicos, um louvável e outro lamentável.

De um lado os grupos de Bumba meu Boi, Maioba e Maracanã, os dois maiores batalhões do folguedo maranhense, dando exemplo de união, respeito ao próximo e, acima de tudo, de valorização da cultura local, deixando o macro prevalecer ao mínimo. Estes dois grupos, também dos mais antigos existentes, juntos e misturados literalmente, se unido de forma a mostrar para o Brasil, e para o mundo, através de sua participação no desfile da Beija Flor deste ano, que o Maranhão um Estado forte, unido, rico em cultura e de pessoas civilizadas.

O mesmo no se pode dizer sobre o que se viu em relação aos bois de orquestra. Aliás, o mesmo não se pode dizer em relação à dirigente do Boi de Axixá. Um exemplo público de falta de companheirismo, isso para ser “delicado” com a situação. Pareceu pura vaidade individual. Será?

O fato é que durante o ensaio algumas alterações foram feitas pelo representante da Beija Flor, na coreografia do grupo Boi de Nina Rodrigues. O que deixou a dirigente do Boi de Axixá enciumada, pois achou que o outro boi estava sendo “beneficiado” por ter seu nome citado a cada solicitação de alteração na coreografia. Pela lógica se em uma coreografia não foi solicitada alteração é pelo fato de está toda certa. Ali estava se vendo o coletivo, afinal um resultado final de excelência do conjunto é o objetivo. Em um instante da coreografia abre-se um espaço entre os dois grupos, o que não pode haver em um desfile de escola de samba (faz perder pontos). Para “cobrir” este espaço fora determinado que ali, nesse instante da coreografia, entrariam o vaqueiro de cada um dos dois grupos e o boi em si para fazerem seus bailados. O que foi recusado pelo Boi de Axixá, pois para eles pareceu uma afronta dividir espaço com o Nina Rodrigues, que não se opôs ao fato.

Para defender os interesses da escola que representa e que está investindo milhões (a origem desses milhões não vem ao caso) em um desfile que vale um campeonato disputadíssimo, o diretor de carnaval ali presente teve que chamar a atenção dos envolvidos. É preciso lembrar que um desfile como os das escolas de samba do rio de Janeiro são levados muito a sério e profissionalismo. Não há espaço para amadorismo e na ocasião de um desfile devem prevalecer os interesses que vão contribuir para a competição que poderá levar a agremiação a um possível campeonato. Daí ele ter dito que as alterações são para o bom desempenho da escola e que as alterações sugeridas e testadas com sucesso tinham que ser aceitas e quem se recusasse que se retirasse. Afinal, devem está ali quem está disponível à colaborar com a escola e quiser realmente representar a cultura maranhense no contexto maior e não apenas mostrar-se forma individual.

Que não venham dizer que estou “puxando o saco” de A ou de B por ser de fora. Apenas tenho que ser justo mediante os fatos que presenciei. E quero registrar que sou da Grande Rio. E comigo há essa história de defender meu filho, mesmo ele estando errado, apenas pelo fato de ser meu filho. Se meu filho errou, errou e ponto. Então achei certíssimo a atitude tomada pelo diretor da Beija Flor. Conheço de perto os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro e sei o quanto os cariocas se entregam a este evento, que é sério e envolve milhares de trabalhadores, milhões de torcedores, milhares de espectadores, transmitido para milhões de telespectadores no Brasil e em mais 115 países do mundo, são 12 escolas no grupo especial (este ano serão 14 excepcionalmente), trás para o país milhares de turistas e movimentam milhões de reais entre produção e a arrecadação do evento. Como disse no artigo sobre Joãosinho Trinta, quando se tem um nome a zelar tem-se que ser bastante exigente e nesse caso onde todos os itens envolvidos são sempre nas casas de milhares e milhões deve-se zelar ao extremo pela garantia da excelência necessária para se chegar ao objetivo final: o campeonato.

E o que vejo é que esse tipo de comprometimento, compromisso, profissionalismo e exigência ainda faltam em nossa cidade, em todos os âmbitos profissionais. Temos que deixar de lado o pensamento de “tá melhor que tava”, “tá melhor que nada”, “não tá bom, mas tá melhor que o de fulano” e “coitadinho de mim”. Chega desse pensamento pequeno. Temos que pensar grande, temos que pensar como profissional. Temos que pensar “tá ótimo, mas pode ficar melhor”, “meu trabalho tem que ser excelente”. Há momento e há trabalhos em que não há tempo para meias palavras ou floreamento delas. Tem-se que dizer a verdade e a verdade, muitas vezes dói. Contudo, para ser profissional de verdade a dor deve ser colocada de lado e tem-se que ser direto e objetivo. Afinal o tempo rugi e a Sapucaí é grande.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

A poesia que brotou do pé de acerola da casa do meu Tio Zeca... Essa copiei do blog "Rico Choro"

O pé de acerola do tio Zeca dá poesia

O pé de acerola do meu tio Zeca, singeleza de poesia!

MEU PÉ DE ACEROLA

(Irmão Ribamar)

O meu pé de acerola,

Minha árvore do bem;

Produz, de encher sacola!

Igual a ele não tem.

É fonte de vitamina,

Chega curar algum mal;

Seu produzir ilumina

O fundo do meu quintal!

Gosto de ver sua copa

Sob o vento balançar;

Gosto de colher seus frutos,

Fazer um suco, e tomar.