segunda-feira, 8 de outubro de 2012

PRESIDENTE MÉDICI ELEGE SUA PRIMEIRA PREFEITA, FILHA DA TERRA.

Estou orgulhoso de minha cidade natal, Presidente Médici, pelo resultado das eleições 2012. Hoje não sou mais de fazer campanha para ninguém. Mas, isso não quer dizer que eu não vote ou torça para quem eu acredite que possa fazer algo de positivo.

Sou amigo de todos que moram em na antiga Santa Teresa do Paruá. Tenho muita gratidão a esta cidade onde nasci e morei até meus 15 anos. Foi lá que meus pais criaram quase todos os meus irmãos. Foi de lá que meus pais, trabalhando na nossa farmácia, tiraram o sustento de todos nós. Foi no Colégio Santa Teresa de lá que eu estudei do pré à antiga 8ª série. Foi lá que eu aprendi a respeitar os direitos do outro e lutar pelos meus. Aprendi que meus deveres devem ser cumpridos com responsabilidade. Aprendi ali que a democracia deve começar dentro de casa e que respeitar os mais velhos, preservar a natureza, ajudar o próximo e ser solidário nos ajuda a tornar o mundo melhor.
Nestas eleições a minha cidade deu uma lição de fraternidade e maternidade. Elegeu uma filha sua para ser sua a pessoa que vai gerir seu destino pelos próximos quatro anos. Foi eleita Dr. Élia a Prefeita!
Foto: facebook

Sabem o que isso representa? Representa a vitória da mulher trabalhadora e independente – características acentuadas pelo apoio da Professora Sineide Santos, grande defensora desta bandeira -, representa ainda a necessidade de sangue novo, a vontade do povo se sentir representado de fato por um filho da casa, por uma irmã filha da madre terra. Não que os prefeitos anteriores – Soares, Sebastião Fala Fina e Antônio da Paraense – não representassem o povo de fato. Se assim o fosse eles não teriam sido eleitos. Contudo, me refiro ao fato de eles terem nascido em outras cidades e/ou Estados, muito embora morem lá basicamente desde que ainda uma pequena vila e lutaram por sua emancipação. E, no período que estiveram à frente da Prefeitura, acredito que fizeram o que puderam para ajudar no crescimento do lugar.
Tem mais... Dr. Élia nasceu ali, há alguns anos atrás ela era simplesmente a Élia, minha amiga, melhor amiga da minha irmã, íamos juntos para escola, shows, fazenda... E teve os mesmo ensinamentos de cidadania que eu tive. Que eu garanto foram muito bem passadas pelos nossos metres e bem captadas por ela também. Tinha tudo pra ser uma pessoa esnobe e deslumbrada e nunca o foi. Muito pelo contrário!
Tenho no perfil do facebook vários moradores de Presidente Médici como amigos. Não faço distinção partidária, religiosa, sexual ou de raça. Considero todos ali meus amigos. Mais... Considero todos meus irmãos. Outro dia vi uma postagem de alguém que torcia pelo candidato adversário alegando que era preciso acabar com a “oligarquia”.
Não vejo se trata na eleição da Dr. Élia de uma manutenção de uma oligárquica. Ainda não deu nem tempo para se ter algo semelhante ou próximo ao que se possa nominar assim. Considero sim como uma sucessão natural dado a representação emblemática de sua escolha pela população dali, como já citei acima. 
Oligarquia seria se ela fosse fruto de um grupo político que já tivesse uma “tradição” política e fossem “donos” de vários currais eleitorais, indo, por exemplo, para municípios, onde nunca morou ou se quer tivesse parentes, apenas para fins eleitoreiros. Não é o caso da candidata eleita, ela e seus irmãos nasceram e se criaram ali. Seus pais e irmão residem lá ainda. E a parte da sua família que mais teve atuação política na região (Família Holanda – de Gov. Nunes Freire) há muito tempo não tem uma expressão tão grande assim que desse todo esse peso.
Fato é que o desafio agora é enorme, a responsabilidade é grande e, da experiência que tenho em trabalhos públicos aqui em São Luís, sei que nem sempre as nossas vontades são tão fáceis de consegui. Uma vez que as burocracias no Brasil são enormes e muitas. Mas confio na sua boa vontade e capacidade de gerir aquele município, pois sempre foi uma pessoa sensata, determinada, decidida e pé no chão. Além do mais conhece as necessidades de nossa gente.
Hoje a minha amiga Élia é uma mulher casada, advogada, mãe de família, possuidora de uma larga experiência em gestão pública e Prefeita de Presidente Médici!
A ela e ao povo dessa cidade os meus mais sinceros Parabéns. Desejo muita sorte e muitas bênçãos de Deus e de Santa Terezinha do Menino Jesus, a padroeira da nossa eterna Santa Teresa do Paruá, que em uma gincana escolar nos fez cantar ainda criança:

“Santa Teresa terra bela e santa,
Teu povo unido brinca, ora e canta.
Glorificamos teu lindo nome.
Exemplo pra mulher, menino, jovem e homem...”

sábado, 6 de outubro de 2012

REVITALIZAÇÃO DA FONTE DAS PEDRAS – Como Nasce uma ação voluntária.


Voluntários Telefônica 2012 - Revitalização da Fonte das Pedras.

A Fonte das Pedras, cenário de uma das mais importantes passagens da história do Maranhão – segundo contam foi nesta área que Jerônimo de Albuquerque acampou com sua tropa preparando-se para a batalha que resultou na expulsão dos franceses do Maranhão -  foi mais uma vez testemunha de um feito histórico. Um grupo de voluntários, promoveu a reforma desse local que  é Patrimônio Nacional. 
A ideia surgiu durante uma reunião do Comitê de Voluntários Telefônica no MA. Quando o grupo se preparava para elaboração de uma proposta de ação a ser realizada no dia 05 de outubro do corrente ano - era então meados do mês de julho deste ano -  e a proposta partiu da possibilidade de se presentear São Luís por seus 400 anos. A Vivo, que no Estado, deste que era NBT, já desenvolvia ações voluntárias voltadas para assistencialismo a crianças portadoras de HIV, cegas e em situações de risco, desta vez queria presentear a cidade como um todo.
Após passear mentalmente por todas as páginas da minha monografia sugeri que promovêssemos a revitalização da Fonte das Pedras por tudo que ela representa a todos nós, por sua limitação de espaço – não sendo um espaço aberto literalmente -  e por está em estado de esquecimento, com necessidade de um “afago”. Após proposta feita um silêncio pairou no ar... pensei até ter falado alguma asneiras das grandes. Todos se entreolharam, me olharam e concordaram. Após sermos questionados pelas instrutoras se era isso mesmo que pretendíamos decidimos que era isso mesmo o melhor a se fazer. Mas, ainda teríamos que ter aprovação do nosso Gerente Regional. O nervosismo, antes meu, agora era geral... O que ele diria dessa ousada ideia?  Se já éramos 5 loucos ousados e corajosos... Veríamos que tínhamos a quem “puxar”... Ele nos olhou nos olhos e disse: “ Se eles disseram que dão conta. Eu assino embaixo, pois confio nesta equipe”. Pronto... Estava lançado o grande desafio.
A partir dali era correr atrás de parcerias. E na busca da ONG que fosse intermediar a ação encontramos o ICE-MA (Instituto de Cidadania Empresarial do Maranhão) que atendia uma série de necessidades burocráticas que precisaríamos. E não nos arrependemos. Muito pelo contrário. Eles foram mais que parceiros. Foram nossos  “irmãos” nesta ação.
A partir daqui corremos com busca de apoio nos cursos de turismo da UFMA, IFMA (eles nos incentivaram muito), Fundação Municipal do Patrimônio Histórico, Kamaha Engenharia, Console, Nova Schin, Feijão de Corda, Sesc,  Mateus Supermercados, Centro Elétrico, Inventta Propaganda dentre vários outros. E tudo foi muito favorável para esta ação. Sabe quando se tem certeza que Deus aprova uma decisão sua? Pois é... Sempre que pensávamos em algo que poderíamos ou precisávamos fazer, aquilo acontecia. E, se os espíritos dos antepassados de fato existem, Jerônimo de Albuquerque trabalhou duro para nos ajudar até o final. E ninguém a quem propusemos parceria negou.
E este projeto foi tão bem aceito por todos da regional que senti o gosto de ter tido uma boa e grande ideia. Quando nos demos conta que o projeto, que nasceu quase de supetão e com certa apreensão, tornou-se um dos mais importantes da Fundação Telefônica|Vivo todos nós do Comitê sentimos o peso da responsabilidade que aumentou em demasia quando o mesmo foi arrojado com possibilidade de disponibilizar na Fonte das Pedras sinal de internet banda larga (wi-fi) gratuito a todos que frequentarem o local. Não era mais só preciso que a ação pudesse dar certo... A ação TINHA que dar certo. Mas, as Bênçãos  Divinas vieram como desejado.
Pintura do Frontão da Fonte

Todo o trabalho de revitalização durou mais ou menos 15 dias e os parceiros começaram com reconstituição da calçada, muro, banheiros (destes só tinham as paredes), frontão da fonte, limpeza da jardinagem, compra de novas mudas, recuperação da pintura dos bancos e tudo mais. Era trabalho para ser realizado dia e noite, como de fato foi, pois tudo deveria ser finalizado no dia 05 de outubro impreterivelmente.
Deu certo, ontem – o dia esperado - éramos 80 voluntários na praça da Fonte pintando segunda demão de tinta de muralha, portões, grades, bancos, plantando mudas, tirando lixo do tanque e tudo mais que era necessários para deixar o espaço tão agradável quanto se esperava. Todo mundo equipado com equipamentos de segurança e com ambulância disponível para socorrer quem precisasse em qualquer eventualidade. Era muita responsabilidade enfrentar este trabalho, mas, todo mundo assistido com muita responsabilidade e segurança. O trabalho foi árduo, cansativo, suado. Mas, toda a energia fora reposta com os lanches, água, refrigerantes, sucos e um almoço fantástico coordenado por uma equipe muito atenciosa e carinhosa.
Quando deram 16 horas os portões foram abertos, os convidados foram chegando, a população foi entrando e a solenidade de “reinauguração” da Fonte das Pedras começou com as músicas dos metais da Banda da Guarda Municipal que tocou, dentre tantas músicas que gosto, Louvação a São Luís e Aquarela do Brasil. Meu olhos começaram a marejar.  
Maurício Santos - Diretor Regional Vivo Norte

Nas falas tivemos palavras de Kátia Bogéa (IPHAN), Aquiles Andrade (FUMPH), Dr. Cléber (Filho de uma dos primeiros defensores da Fonte), Maurício Santos e Rodrigo Júnior (Diretor Regional Vivo Norte e Gerente Regional Vivo Maranhão, respectivamente). Todos louvaram a ação, agradeceram a iniciativa dos voluntários e à disponibilidade das empresas e instituições parceiras. 

Kátia Bogéa - Superitendente do IPHAN


Quando passaram a palavra ao Comitê de Voluntários Telefônica|Vivo do Maranhão Aurino Júnior, Líder do Comitê local, também fez os agradecimentos a todos os envolvidos e me pediu para falar como surgiu a ideia de sugerir a ação em tal local. E eu, que já estava emocionado por uma série de coisas, falei da minha emoção em ver esta primeira parte da revitalização concluída.  Contei a todos que toda esta emoção era por conta da minha história de puro amor com esta cidade que me fez apaixonar por si deste a minha primeira visita a esta ilha de encantos. Mas, deixei de falar que tinha outro motivo para tanta emoção além da realização de fato desta ação com ajuda do ICE-MA e aprovação a da FUMPH do IPHAN e da presença de seus responsáveis. A presença de uma figura importantíssima à história e memória da cultura maranhense.

Eu sobre a ideia de revitalização da Fonte das Pedras.

Estava ali presente a pesquisadora e escritora Dona Zelinda Lima, que junto com seu falecido marido, o historiador e escritor Carlos de Lima, me deu mesmo sem me conhecer, o maior incentivo para investir neste meu amor a esta cidade. Esta mulher, a quem já tive a oportunidade de entrevistar junto com o Artista Plástico Enoque Silva, tem uma responsabilidade enorme na valorização que temos no que diz respeito à nossa cultura material e imaterial. Dentre seus feitos está o fato de ter levado um grupo de Bumba-meu-Boi pela primeira vez para uma apresentação no pátio do Palácio dos Leões. Era ela a presidente da extinta Maratur quando a Fonte das Pedras passou de fato pela sua primeira grande reforma. Dona Zelinda é um “capítulo vivo” da história de nosso estado, em especial e nossa capital. Ter a sua presença neste evento me deixou muito emocionado e um pouco abobalhado. Tanto que toda minha fala eu direcionava meus olhos em seu rumo, como que querendo que ela entendesse meu olhar de “muito obrigado por sua história”, “muito obrigado por nos passar o valor e a necessidade desta luta em prol preservação de nossos bens patrimoniais” e “muito obrigado por ter vindo prestigiar-nos”. Dona Zelinda é merecedora de todos os nossos mais sinceros agradecimentos por sua história e luta para preservação da memória cultural maranhense.
A Pesquisadora Zelinda Lima com o Artista Plástico Enoque Silva
Após este momento de plena emoção, na qual também pudemos contar com a presença da Primeira Dama de São Luís, passou-se às entregas de troféus aos parceiros em agradecimento aos apoios dados à causa e da placa de que conta de forma resumida a história daquele espaço ao Presidente da Fundação Municipal do Patrimônio Histórico, órgão responsável pelo espaço.

Para finalizar o dia houve um pocket show com um grupo de funcionário e ex-funcionários Vivo que se voluntariaram para fazer esse encerramento de forma tão agradável e tão cheio de boas intenções e de músicas de autores maranhenses conhecidos pelo público. Momento seguido por uma cantora de seresta, também voluntária, que soltou o vozeirão em músicas conhecidas pela voz da nossa Marrom.
Muito obrigado a todos, a Deus, a Santa Terezinha, aos parceiros, aos voluntários (entre eles Rodrigo Júnior), ao comitê (Norimar Muller, Aurino Júnior, Fernanda Machado, Tássia Oliveira e Suzane Garrido). Obrigado Maurício Santos, Patrícia Medeiros, Andreia Pereira, José Wilson que prestigiaram este trabalho mesmo vocês sendo lotados em outras Regionais. Valeu, Jerônimoooooooooo!!!!!!
Fiquem certos que o dia 05 de outubro de 2012 foi um dia que entrou para história. Foi um dia suado, cansativo, estressante, quente, mas acima de tudo, foi este foi um dia realizações pessoais, profissionais e sociais. Um dia emocionante, apaixonante, prazeroso e acima de tudo um dia para se celebrar o encontro do “eu” com o “nós”. Um dia para não se apagar nunca da história e nem da memória.
Comitê Voluntários Telefônica (Norte - Maranhão): Tássia Oliveira, Rivânio Santos, Fernanda Machado, Norimar Muller, Suzane Garrido e Aurino Júnior.

E a internet banda larga (wi-fi) gratuita? Sim... Será instalada até o início de 2013 e ficará disponível, por um período de um ano, a todos os que frequentarem a Fonte das Pedras. Agora só depende do poder público garantir a segurança no local 24 horas por dia deste agora e pelo tempo em que o equipamento estiver instalado no local, o que já combinado. É só aguardar!!!

Início do Dia de Voluntários Telefônica.


Parceiros para realização do DVT.





sábado, 29 de setembro de 2012

SLZ FASHION 2012, UM UP NAS HOMENAGENS 400 ANOS.

São Luís do Maranhão é uma cidade única. Você deve está pensando que me refiro às questões de fundação e colonização, né mesmo? Mas, falo do fato de que aqui tudo é... Inusitado, para ser educado. Nem mesmo o fato de a cidade está ainda comemorando seu quarto centenário é motivo para ser respeitada e agraciada com presentes que possam torna-la mais saudável, mais atrativa e mais feliz. Só para citar uns casos vamos lembrar o Aeroporto “Internacional” em tenda por um longo tempo e a falência do nosso turismo. E quando aparecem pessoas dispostas a investir na cidade ainda tem quem apareça atrapalhando, intencionalmente ou não, mas atrapalhando. Foi o que ocorreu com o São Luís Fashion 2012, um evento consolidado e que tem dado um “up” no que se refere a eventos, negócios, geração de empregos diretos e indiretos. Enfim, um evento que contribui para o turismo de negócios na cidade.

Ora, onde já se viu um evento em sua sétima edição, que tem seu local de realização divulgado com pelo menos dois meses de antecedência e tem sua montagem iniciada vinte dias antes do início, solicitar autorizações dos órgãos competentes, dentre os quais do Corpo de Bombeiros, e só receber visita para vistoria com 24 horas antes do inicio do evento? Era esperado que fossem apontados um ajuste ou outro, mas também era esperado o óbvio, prazo para todo e qualquer ajuste. Prazo este que não houve e o local fora interditado e o evento ameaçado de ser suspenso ou cancelado. Contudo, nas últimas horas uma limitar coerente fora dada liberando a realização do evento. E o que já era esperado aconteceu: O SLZ Fashion 2012 foi um SU-CES-SO!!! 
Foto: internet

O evento que contou com desfiles de grandes marcas nacionais, e presenças Vips de celebridades, foi realizado em três noites disputadas por um público estimado em 15 mil pessoas, prestou homenagem aos 400 anos da capital maranhense.

E, dentre todos os desfiles, que foram espetaculares, destaco o desfile mais importante de todo o evento. O desfile do estilista maranhense Chico Coimbra foi um espetáculo à parte e não foi à toa que ouvi de todas as pessoas com as quais conversei que este fora a melhor apresentação do evento. E mais, este fora o melhor desfile do estilista.

Misturando ousadia e elegância, história e modernidade, sutileza e ousadia, originalidade e sofisticação a maior referência da moda maranhense mostrou que aqui também se faz moda criativa e comercial.

Batizada de “Voilá Daniel” a sua nova coleção abriu a temporada de desfiles do maior evento de moda maranhense, um dos maiores do Brasil. E se a proposta era apresentar ao Monsieur de La Ravardière o resultado de tudo que iniciou com a sua chegada na antiga Upaon-Açu... deu certo! Daniel de La Touche veio a São Luís e foi à passarela do SLZ Fashion. O carnavalesco maranhense Enoque Silva – após 18 anos sem se apresentar nas passarelas maranhenses e vestindo roupa concebida por Joãosinho Trinta, desenhada Guilherme Mendes Ferreira e confeccionada por ele mesmo – deu vida ao principal personagem de nossa história, fundador cidade de São Luís. Fazendo abertura do desfile de Chico Coimbra com muito luxo, elegância e sofisticação.

Foto: Rivanio Santos                                                                 Foto: internet

Nesta coleção pudemos ver toda a influência dos franceses, misturadas às culturas indígena e negra, que desde os tempos coloniais nos influenciam fazendo parte do nosso cotidiano. Assim, nessa visita ao que resultou de sua “França Equinocial” Daniel de La Touche se deparou com lindas modelos morenas, negras, ruivas e loiras vestidas com modelitos inspirados, por exemplo, no Tambor de Crioulas, no Bumba meu Boi, nos salões franceses, nas cores das penas, acessórios indígenas, nas cores das tinturas do Pau-Brasil, no algodão produzido no Maranhão Colonial... Enfim, inspirados em elementos que dão subsídios para se garantir a existência de uma moda com identidade nacional e maranhense. Tanto é verdade que outros nomes da moda nacional vieram beber na fonte de nossa cultura para desenvolvimento de coleções, bandeira levantada e defendida por Chico há mais de 30 anos.

Foto: Rivanio Santos

Em seus 400 anos a Grande Ilha do amor recebeu do São Luís Fashion2012, iniciado pela “visita” de Daniel de La Touche e toda a coleção de Chico Coimbra, a mais bonita, original e sofisticada homenagem e comemoração realizada até então. Talvez só fosse superada pelo “Cortejo e Celebração” que, planejado e projetado para ser realizado durante todos os finais de semana deste mês de setembro, fora enterrado junto com aquele que foi o seu idealizador, o mestre Joãosinho Trinta. Sendo este mais um dos fatos inusitados que fazem dessa nossa São Luís uma cidade única.




domingo, 12 de agosto de 2012

"FRUTOS DA TERRA: UMA MODA SINGULAR PLURAL" NO MOVIMENTO HOTSPOT


Foto: blog "As Fashionistas"

Passei por um período distante das informações do mundo. Volto agora com uma novidade formidável.

Nos últimos dias tomei conhecimento sobre o "Movimento HotSpot" que segundo o próprio movimento diz é "um prêmio de inovação e criatividade. Uma plataforma multimeios online e presencial que se propõe a identificar e expor novas ideias e novos talentos, em âmbito regional e nacional, destacando os mais criativos nas áreas de Arquitetura, Beleza, Cenografia, Design, Design Gráfico, Filme & Vídeo, Fotografia, Ilustração, Moda e Música. O Movimento HotSpot inclui ainda a categoria Ideia, que premiará as três propostas mais inovadoras que envolvam conceitos de Empreendedorismo, Tecnologia, Sustentabilidade, Biomimetismo, Engenharia de Produção, Varejo, Branding e Comunicação".

E qual a minha melhor supresa? Saber que temos representantes maranhenses concorrendo a este prêmio tão importante no cenário nacional. E um dos projetos maranhenses inscritos nesse prêmio, na categoria moda, posso dizer que começou quase assim:

Uma palmeira, uma fibra, um atesão, um Francisco que também é Chico, estilista pesquisador e estudioso, uma grande ideia.... Um tecido da terra. Um tecido de fibra do buriti!

Um produto utilizando matéria-prima artesanal sustentável e ecologicamente correta. Um trabalho como este é sinônimo de ter uma moda genuinamente maranhense e totalmente brasileira. Um produto absolutamente nacional que, além de levar nossas raízes as mais badaladas passarelas do mundo, pode aumentar a capaciade de ocupação e rendimento aos pequenos produtores e artesãos maranhenses que trabalham com a fibra do buriti confeccionando produtos e acessórios a partir desta fibra já tão bem aceita por nossos turistas e que podemos encontrar por diversas cidades de nosso Brasil. São sacolas, pastas, bolsas, toalhas de mesas, pulseiras, colares, cintos, sandálias, chapéus... e por que não...ROUPAS????

Trata-se de um projeto audacioso, arrojado e pioneiro. Contudo, um projeto possível, totalmente exequível e funcional! E, o melhor, um projeto generoso, que mostra boas possibilidade não apenas para o estilista criador, mas também, e principalmente, para o pequeno produtor de fibra.

Enfim, Um projeto maranhense. Um projeto de maranhense para o maranhense, para o Brasil e para o mundo.

O mundo da moda, que já inclui os grandes eventos de moda brasileiros em calendário internacional, deseja cada vez mais novidades. Por outro lado o mercado da moda brasileira já bebe na fonte da cultura nordestina o que torna o projeto de Chico Coimbra absolutamente condizente com o atual momento.

E mais, se é um projeto ecologicamente correto e sustentável... É um projeto que tá na moda.

Então...Tá valendo!!!!! 

quinta-feira, 5 de abril de 2012

ENOQUE SILVA: TALENTO E LUXO DO MARANHÃO PARA O MUNDO

ENOQUE SILVA: TALENTO E LUXO DO MARANHÃO PARA O MUNDO

Por: Rivânio Santos

No ano em que São Luís comemora quatro séculos de fundação o Artista Plástico e Turismólogo Enoque Silva completa 50 anos de existência. E deste meio século, 34 anos são dedicados à cultura e em especial ao carnaval. Sua trajetória teve início em 1979, aqui em São Luís, onde fez escolas de samba, blocos tradicionais, blocos organizados, vestiu grandes destaques, noivas, decorou clubes, bailes carnavalescos, figurinos e cenografia para teatro, além de intervenções urbanas dentro e fora de São Luís.

 

Em 1994 foi apresentado à folia carioca pelo amigo Chico Coimbra. Lá desfilou na Unidos da Ponte, Vila Isabel, Estácio de Sá e Grande Rio, escola onde é destaque principal até hoje. Todo esse trabalho foi acompanhado por Joãosinho Trinta, que em 1997 o convidou para compor seu grupo de shows e espetáculos pelo mundo. Este período rendeu a Enoque convivência profissional e pessoal com o gênio  João, até a sua partida em dezembro do ano passado.

 

 Vestindo a fantasia "Tributo a Nelson Mandela" na Acadêmicos do Grande Rio (RJ), Enoque mais uma vez rasgou o céu da Marquês de Sapucaí dentro do enredo "Eu acredito em você! E você?". Esbanjando luxo e criatividade ocupou o lugar de destaque principal da alegoria "Superação Africana", iniciando assim as comemorações do seu aniversário que será em julho de 2012.

 

Ainda no Rio de Janeiro, participou do desfile da Beija Flor de Nilópolis no setor que homenageou o mestre e amigo Joãosinho Trinta, para quem confeccionou a roupa que seria usada por ele no desfile da agremiação nilopolitana, que levou para a avenida o tema "São Luís o poema encantado do Maranhão". Além de, juntamente com Rivânio Santos e Biné Gomes, coordenar os quase quinhentos componentes que foram abrilhantar o desfile no quadro das festas populares do Maranhão.

 

Para Enoque o ano já começa promissor. Sua agenda de trabalhos está quase completa. Contando com o auxílio e a ilimitada colaboração do companheiro e sócio Rivânio Santos irá produzir eventos como o Lançamento do São João de São Luís pelo Brasil, BNTM (SLZ), SBPC (SLZ), Expoema, São Luís Fashion, BRASTOA (SP), 7º Salão de Turismo (SP), 22º Centro Oeste Tur (DF), 7º MinasTur (MG), ABAV (RJ) e Feijoada do Maranhão (BH e SLS).

 

Mas, a grande expectativa gira em torno do "Cortejo e Celebração – 400 anos de São Luís", projeto criado por Joãosinho Trinta e elaborado por uma comissão de artistas maranhenses da qual Enoque faz parte coordenando toda a estética do espetáculo, por indicação do mestre João Clemente Jorge Trinta. Na concepção inicial do cortejo, Joãosinho pretendia contar a história e trajetória de São Luís, desde a sua fundação até os dias atuais. Contudo, o maior presente seria dado à comunidade artística local, pois o mestre gostaria de utilizar toda a mão de obra local para realização deste grande projeto, por acreditar nos valores existentes aqui e que o mundo precisa conhecer.

 

Atualmente Enoque Silva desempenha a função de Turismólogo e Programador Visual da SETUR – São Luís, dirigida por Liviomar Macatrão, amigo pessoal de muitos anos. E, com tantos afazeres, ainda sobra tempo para dedica-se a manutenção e conservação de sua coleção de arte sacra.

 

 

Matéria veiculada na Revista VIP SL (N.14 – Ano III – 2011)

 

LEGENDA DAS FOTOS:

FOTO 01 – Enoque Silva vestindo a fantasia "Superação de Nelson Mandela".

FOTO 02 – Enoque Silva, destaque principal na alegoria "Superação Africana" na Acadêmicos do Grande Rio 2012.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A VAIDADE NÃO PODE MATAR O PROFISSIONALISMO

Foto: suacidade.com

Ser vaidoso é uma forma se mostrar ser uma pessoa preocupada com seu bem estar e com a própria imagem. Não no sentido de se preocupar com o que os outros vão pensar, mas na imagem em que se está passando aos outros. Isso é sadio. Isso é até bonito. Quando se leva a vaidade, no sentido de competição, para o âmbito cultural muitas vezes o tema torna-se até folclórico, deixando as brincadeiras com um certo charme. Agora, quando se deixa a vaidade passar a fronteira do folclórico ou do charme, deixando o individual sobrepor o coletivo, torna-se imaturo, ou mesmo infantil. Beira o ridículo. E quebra o profissionalismo.

No sábado, 04 de fevereiro, dei uma passada no ensaio técnico da beija-flor (Escola de Samba do RJ) para o próximo desfile onde estavam 7 grupos folclóricos e culturais ensaiando sua participação no desfile da escola carioca, que homenageará nossa cidade. Além de uma boa dose de envolvimento, empolgação, determinação e amor por seu Estado por parte dos brincantes dos grupos folclóricos, vimos - eu e todos presentes - um fato que foi , no mínimo, inusitado. Dois exemplos de comportamentos antagônicos, um louvável e outro lamentável.

De um lado os grupos de Bumba meu Boi, Maioba e Maracanã, os dois maiores batalhões do folguedo maranhense, dando exemplo de união, respeito ao próximo e, acima de tudo, de valorização da cultura local, deixando o macro prevalecer ao mínimo. Estes dois grupos, também dos mais antigos existentes, juntos e misturados literalmente, se unido de forma a mostrar para o Brasil, e para o mundo, através de sua participação no desfile da Beija Flor deste ano, que o Maranhão um Estado forte, unido, rico em cultura e de pessoas civilizadas.

O mesmo no se pode dizer sobre o que se viu em relação aos bois de orquestra. Aliás, o mesmo não se pode dizer em relação à dirigente do Boi de Axixá. Um exemplo público de falta de companheirismo, isso para ser “delicado” com a situação. Pareceu pura vaidade individual. Será?

O fato é que durante o ensaio algumas alterações foram feitas pelo representante da Beija Flor, na coreografia do grupo Boi de Nina Rodrigues. O que deixou a dirigente do Boi de Axixá enciumada, pois achou que o outro boi estava sendo “beneficiado” por ter seu nome citado a cada solicitação de alteração na coreografia. Pela lógica se em uma coreografia não foi solicitada alteração é pelo fato de está toda certa. Ali estava se vendo o coletivo, afinal um resultado final de excelência do conjunto é o objetivo. Em um instante da coreografia abre-se um espaço entre os dois grupos, o que não pode haver em um desfile de escola de samba (faz perder pontos). Para “cobrir” este espaço fora determinado que ali, nesse instante da coreografia, entrariam o vaqueiro de cada um dos dois grupos e o boi em si para fazerem seus bailados. O que foi recusado pelo Boi de Axixá, pois para eles pareceu uma afronta dividir espaço com o Nina Rodrigues, que não se opôs ao fato.

Para defender os interesses da escola que representa e que está investindo milhões (a origem desses milhões não vem ao caso) em um desfile que vale um campeonato disputadíssimo, o diretor de carnaval ali presente teve que chamar a atenção dos envolvidos. É preciso lembrar que um desfile como os das escolas de samba do rio de Janeiro são levados muito a sério e profissionalismo. Não há espaço para amadorismo e na ocasião de um desfile devem prevalecer os interesses que vão contribuir para a competição que poderá levar a agremiação a um possível campeonato. Daí ele ter dito que as alterações são para o bom desempenho da escola e que as alterações sugeridas e testadas com sucesso tinham que ser aceitas e quem se recusasse que se retirasse. Afinal, devem está ali quem está disponível à colaborar com a escola e quiser realmente representar a cultura maranhense no contexto maior e não apenas mostrar-se forma individual.

Que não venham dizer que estou “puxando o saco” de A ou de B por ser de fora. Apenas tenho que ser justo mediante os fatos que presenciei. E quero registrar que sou da Grande Rio. E comigo há essa história de defender meu filho, mesmo ele estando errado, apenas pelo fato de ser meu filho. Se meu filho errou, errou e ponto. Então achei certíssimo a atitude tomada pelo diretor da Beija Flor. Conheço de perto os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro e sei o quanto os cariocas se entregam a este evento, que é sério e envolve milhares de trabalhadores, milhões de torcedores, milhares de espectadores, transmitido para milhões de telespectadores no Brasil e em mais 115 países do mundo, são 12 escolas no grupo especial (este ano serão 14 excepcionalmente), trás para o país milhares de turistas e movimentam milhões de reais entre produção e a arrecadação do evento. Como disse no artigo sobre Joãosinho Trinta, quando se tem um nome a zelar tem-se que ser bastante exigente e nesse caso onde todos os itens envolvidos são sempre nas casas de milhares e milhões deve-se zelar ao extremo pela garantia da excelência necessária para se chegar ao objetivo final: o campeonato.

E o que vejo é que esse tipo de comprometimento, compromisso, profissionalismo e exigência ainda faltam em nossa cidade, em todos os âmbitos profissionais. Temos que deixar de lado o pensamento de “tá melhor que tava”, “tá melhor que nada”, “não tá bom, mas tá melhor que o de fulano” e “coitadinho de mim”. Chega desse pensamento pequeno. Temos que pensar grande, temos que pensar como profissional. Temos que pensar “tá ótimo, mas pode ficar melhor”, “meu trabalho tem que ser excelente”. Há momento e há trabalhos em que não há tempo para meias palavras ou floreamento delas. Tem-se que dizer a verdade e a verdade, muitas vezes dói. Contudo, para ser profissional de verdade a dor deve ser colocada de lado e tem-se que ser direto e objetivo. Afinal o tempo rugi e a Sapucaí é grande.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

A poesia que brotou do pé de acerola da casa do meu Tio Zeca... Essa copiei do blog "Rico Choro"

O pé de acerola do tio Zeca dá poesia

O pé de acerola do meu tio Zeca, singeleza de poesia!

MEU PÉ DE ACEROLA

(Irmão Ribamar)

O meu pé de acerola,

Minha árvore do bem;

Produz, de encher sacola!

Igual a ele não tem.

É fonte de vitamina,

Chega curar algum mal;

Seu produzir ilumina

O fundo do meu quintal!

Gosto de ver sua copa

Sob o vento balançar;

Gosto de colher seus frutos,

Fazer um suco, e tomar.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

JOÃOSINHO É 30. O RESTO É 29

No último dia 17 de dezembro o mundo perdeu uma das mentes mais brilhantes, ousadas e geniais que já existiram. Morreu Joãosinho Trinta, o homem que revolucionou o carnaval do Rio de Janeiro e o fez de “modelo padrão” para o carnaval de passarela de todo o Brasil, além dos países onde há carnaval. E ainda levou nossa festa para os mais nobres e sofisticados salões de palácios pelo mundo a fora.


Não quero aqui relembrar os diversos títulos que João deu às escolas como Salgueiro, Beija-Flor e Viradouro, que lhes deram os status de grandes escolas. Também não quero ficar lembrando os seus feitos ousados em todas estas e na Grande Rio, onde colocou um homem a voar em plena avenida. O que pretendo é defender sua memória e louvar o orgulho que ele tinha em ser maranhense.


João passou a vida trabalhando, e não o digo no sentido figurado. Esse “pequeno” era fora do comum. Sua mente fabricava ideias, projetos. Entre estas suas ideias e projetos sempre esteve o de voltar à sua terra e dar um presente a seus conterrâneos. Isso ele já estava fazendo. Porém, enquanto esse tempo não chegava o ousado e genial Joãosinho fazia o que era possível pra divulgar o nome de seu Estado natal. E onde quer que fosse falava de sua terra, de sua gente, de sua cultura. Tanto que levou nosso Estado como tema de seus carnavais por várias vezes. Com ele o Brasil descobriu que no Maranhão não tinha somente pobreza e analfabetismo. O Maranhão tinha – e tem – gente talentosa, criativa e rica em cultura. E, onde era anunciado, sua profissão e sua origem eram citadas antes mesmo que seu nome. “Carnavalesco Maranhense Joãosinho Trinta”, assim era tratado.


Voluntária e involuntariamente fazia mídia à sua terra e para isso não ganhava nada. Inúmeras vezes, em viagens pelo Brasil, ao dizer que sou do Maranhão ouvi de volta a frase “Terra do genial Joãosinho Trinta e da Marrom”. Quanto não se gasta em mídias em revistas, TVs, jornais, outdoors etc. para divulgar São Luís e o Maranhão como destinos turísticos? O João, que era mais que maranhense, era Brasileiro, falava de sua terra sempre com orgulho. Isso não era pouco.


Poucas, ou inexistentes, são as informações obtidas por uns e outros a respeito desse mestre. Menores ainda são os interesses dessas pessoas em buscar conhecer a essência do ser desse gênio. Mas, há ainda coisa menor, o respeito e o reconhecimento que essas pessoas deveriam dar a ele e sua obra. A divulgação da terra de João, feita por ele, chegou mais longe que muitos meios de comunicações locais conseguem chegar. A ousadia de sua mente genial deu forma ao carnaval do Brasil, isso incluindo as escolas de samba locais. E ainda ousam em perguntar o que Joãosinho Trinta fez pelo Maranhão. João não fez apenas pelo Maranhão. Ele fez pelo Brasil, ele fez pelo mundo. Afinal, ele não era só mais um maranhense. Joãosinho Trinta era um carnavalesco maranhense cidadão do mundo. Isso por si só já é motivo de orgulho.


E, não bastando os questionamentos quanto aos feitos desse mestre, ainda há pessoas que se aproveitam de sua partida para tentar sujar sua imagem e sua reputação. Ação que soa desrespeitosa, leviana e cruel. Quem tinha dúvidas quanto ao seu caráter e à sua conduta pessoal e profissional por qual motivo não o procurou em vida para que o próprio pudesse responder e se defender dessas especulações? Foi medo ou vergonha? Ou simplesmente preconceito por ele ser “O Joãosinho Trinta”?


Não entendo porque o fato de um conterrâneo fazer sucesso lá fora não seja aceito por alguns. Será se estes artistas tivessem permanecido na ilha eles seriam as referências que são hoje? Já perceberam que nós ainda temos muitos e grandes talentos no Estado e que não são conhecidos pelo resto do país?


Vários maranhenses hoje são conhecidos nacional e internacionalmente pelo que fazem. Mas, isso só ocorreu pelo fato de terem ousado sair de sua terra em busca de reconhecimento por seus trabalhos. E não nasce todo dia um Gonçalves Dias, um Ferreira Gullar, um Josué Montelo, um Reinaldo Faray, um João do Vale, uma Alcione, um Zeca Baleiro, uma Rita Ribeiro, uma Ana Torres e muito menos um Joãosinho Trinta. Estes artistas não têm “culpas” – se e que alguém pode ser culpado por isso - de só se destacarem os que são geniais, os que oferecem o novo, o diferente e se arriscam nos grandes centros, como o eixo Rio-São Paulo, ou até mesmo a Europa. E Joãosinho Trinta tem menos “culpa” ainda.


Muitas pessoas que se intitulam de carnavalescos já tentaram a sorte nas escolas de samba de São Paulo e do Rio de Janeiro. Contudo, não tiveram a ajuda nem do talento e muito menos da sorte. É como o próprio João dizia: “não acredito em casualidades, mas em causalidades”.


Quem o conheceu e teve o privilégio de conviver com ele tanto no âmbito profissional quanto no pessoal, como eu e os demais componentes de sua atual equipe, sabe e pode afirmar o quão generoso ele era. E não o digo pelo fato de está ele nos seus “últimos dias de vida” ou “arruinado”, como alguns especulam. O conheci em 1997 por ocasião da Comenda Mérito dos Timbiras, dada a ele pelo Governo do Estado do Maranhão. A partir daí se fortificou uma amizade e que passou a colaboração profissional, motivo de muita honra, pois João só buscava para junto de si pessoas com trabalhos de excelência. E nem a doença o afastou de seus amigos e colaboradores e do seu trabalho. Ele sempre se mostrou generoso, sempre gostou de ser ouvido e, principalmente, de ouvir. Dizia que além de respeitoso isso fortalecia as relações e dava unidade de informações à equipe.


Exigente ele sempre foi. É fato. Quem não o é quando se quer defender um trabalho que leva sua assinatura? E, no caso, um trabalho com a “grife” Joãosinho Trinta deve ser muito zelado pela qualidade dos resultados. Afinal de contas esse nome não se fez da noite para o dia. Ele não foi Doutor de formação, porém, foi um mestre no trabalho que fez e sua obra serviu, serve e servirá como objeto de estudos e teses para muitos doutores.


Polêmico João sempre foi. Sem dúvida alguma. Mexer com o senso comum, mudar as ordens das coisas sempre causa certos desconfortos iniciais. Mostrar as coisas por diferentes ângulos, mexer com a opinião pública e fazer refletir eram algumas de suas marcas. Como ele mesmo disse certa vez: “Só os contrastes causam impacto e são capazes de mostrar a realidade brasileira”. Isso incomoda, causa inveja e especulações. Citar sua obra é obrigação para quem o menciona, pois ninguém pode lhe tirar seus méritos. Agora usar especulações para agredir e diminuir a imagem de quem colaborou muito à cultura nacional é covardia. E quando a pessoa não está mais presente para se defender é desumano.


Que fique registrado que João Clemente Jorge Trinta, o Genial Carnavalesco Maranhense Joãosinho Trinta, teve seu nome conhecido e reconhecido no Brasil e no mundo no diminutivo. Entretanto, seus feitos à história e a cultura, além do seu coração generoso, o fizeram um ser humano no aumentativo. Por fora um Joãosinho, por dentro um Joãosão. E como disse Ramilton Fernandes, vice-presidente da Beija-Flor, em 1990, “Joãosinho é 30. O resto é 29”.