quarta-feira, 29 de abril de 2009

ECONOMIA, CHUVA, GRIPE...O MUNDO ESTÁ EM CRISE.


Gente... Quanta loucura!
Estou preocupadíssimo com a atual situação mundial.
É desgraça pra todos os lados.
Começamos o ano com a palavra que o mundo colocou em moda: CRISE.
Todos estão em crise. Crise financeira, crise existencial, crise matrimonial, sexual, crise, crise, crise... E, todos, colocam na boca como se fosse vitamina obrigatória.
Tornou-se então a nova ordem mundial. Lembrei das reportagens da TV Mirante. Lá todos dizem: “E a ordem é” está em crise. Ela é desculpa pra tudo, principalmente para diminuição de custos (no serviço), para o aumento dos custos (quando alguém vai comprar), para demissões e até de consolo para os que ficam no “tronco” abarrotado de serviços, estressados, doentes, mas... empregados. Aliás, estes dias são os meus últimos dias de funcionário Vivo... e depois?...também quero saber. Vejamos os próximos capítulos. O autor ainda está escrevendo. Quando houver novidades, conto. Prometo!
Não bastasse a crise econômica mundial... os céus entraram em crise... São Pedro está com a agenda confusa. Onde fazia frio está em estiagem, onde já chovia, a chuva aumentou... onde nunca chovia... o céu veio abaixo. E o que se ver são rios, lagos, lagoas, represas, tudo cheio... transbordando!
Os interiores que dantes se enchiam de orgulhos por serem próximos a rios, por terem ali um meio de subsistência, hoje estão debaixo d’água. Parece coisa de filme, e nem sei de qual categoria. Quando chega o verão tudo seca e não há como, e o quê, pescar. Se chega o inverno, tudo enche, as pessoas têm que procurar salvar suas vidas e, dentre tantas perdas, ficam sem ter o que comer.
O inverno tem trazido um “inferno” invertido... Este não tem fogo e as pessoas não morrem queimadas. Tem água, morem afogadas.
Nas cidades grandes, onde antes eram asfalto e alguns poucos buraquinhos que não tenham entrado nas “operações tapa buracos” (que têm em todo lugar), hoje é um buraco só, de ponta a ponta, com um pouco do asfalto que sobrou, resultado do trabalho das chuvas, nas “operações cava buracos”.
Todos os canais de televisão e estações de rádios falam de pontes levadas pelas forças das águas, pistas partidas pelas águas, casas levadas, derrubadas, desmoronamentos, cidades alagadas, submersas... pessoas desabrigadas, afogadas, desaparecidas... corpos encontrados, pessoas que perderam tudo... cestas básicas, colchões, abrigos... O Brasil está indo por água abaixo, literalmente. E não podemos (nós, pessoas físicas) fazer nada de urgente e concreto pra ajudar tanta gente e evitar tanta coisa ruim.
As pessoas que se atrevem a viajar de avião têm medo das turbulências violentas, acidentes aéreos e as que enfrentam as estradas não sabem até onde a estrada estará em condições de rodar, se a próxima ponte está no lugar. As que conseguem chegar aos seus destinos têm que gastar o dinheiro, antes destinado ao lazer, com oficinas mecânicas e borracharias.
Já são tantas coisas e como se não fosse o suficiente... quando estamos preocupados com garantia do emprego e vendo pessoas sem nada e perdendo tudo (além de bens materiais, entes, parentes e amigos queridos)... ainda nos aparece uma coisa de âmbito muito maior, muito mais perigoso e que pode se tornar devastador.
A gripe suína tem apavorado o mundo.
Pandemia? O que fazer? Pra onde ir? O que tomar? Quais os nossos reais risco? O que está sendo feito pra nos proteger? Será que vai nos atingir? Quando? Isso tem cura?...Estas são perguntas que não se calam nas cabeças de ninguém... e muitas outras perguntas vão surgindo à medida que concentramos a cabeça no assunto.
Vemos nos telejornais pessoas retornando para suas casas usando máscaras, se protegendo de algo traiçoeiro.
Se por um lado as pessoas já estão com medo de viajar, por outros as autoridades aconselham que somente embarquem (principalmente aos países que registraram casos oficiais da doença) se realmente for uma situação de extrema necessidade e urgência.
Segundo o Jornal Nacional de ontem, a ABAV (Agência Brasileira de Agências de Viagens) registrou neste último final de semana uma queda de 16% nas viagens internacionais por conta da tal gripe.
E então, qual será a nossa função como profissionais de turismo? Termos que ser muito mais que turismólogos, agentes de viagens, hoteleiros, secretários de turismo... teremos que ser mágicos (????) para poder, dentre tantas coisas, fazer o povo a sair de casa com segurança, pois há coisas que fogem de nossa competência.
Temos que usar nossa criatividade, mais do que normalmente já usamos, e, mais uma vez, por em prática a “interdisciplinaridade” da atividade turística que tanto se fala nas faculdades. Devemos estar atentos e exigindo das autoridades competentes que protejam a sua população e garanta, de alguma forma, a segurança de nossos visitantes. Devemos estudar saídas, soluções. Todos juntos. Não é hora para apenas cobrar, de apenas pedir a Deus. É hora de darmos uma força para que Deus possa fazer seu milagre. É hora de sentarmos (aliás, não dá pra sentar não, não há tempo pra isso... temos que ser ágeis), temos que colocar a “cachola” pra pensar e agir, simultaneamente. Temos que entrar com o corpo todo nestas batalhas, uma a cada âmbito, local, estadual, nacional e mundial. Se não conseguirmos acabar com tantas tragédias, ao menos vamos diminuir parte delas, além de garantir que nossa parte está sendo feita. "Tipo assim"... menos desmatamentos, menos lixo, menos queimadas, menos poluição, menos gás carbônico, menos mortes de animais, mais energias limpas, mais responsabilidades sociais, mais respeito com a natureza, mais respeito com o próximo, mais solidariedade, mais respeito com as populações das nações, mais trabalho, mais emprego, maior salário, maior qualidade de vida... Disso tudo cada um pode fazer um pouco, sendo do turismo ou não.

terça-feira, 28 de abril de 2009

TROPEIROS – NAS IDAS E VINDAS UMA CULTURA SE PERDEU


Estava aqui "comendo" abacatada e lembrando algumas coisas que estavam passando na minha cabeça, como um filme, durante toda esta semana. Eu estava tendo lembranças de uma época de minha vida que eu não lembrava mais e que pensei não ter importância alguma. Mas, pensando bem, foi muito importante à economia do Maranhão, à formação cultural de muitos interiores de nosso Estado.
Gente, eu tava revendo na minha mente Santa Teresa do Paruá, hoje Presidente Médici, quando eu era criança. Lá fica já em região amazônica, bem próximo ao Gurupi, fronteira com o Pará.
Em um tempo onde a rua era de areia branca, fina e o asfalto era coisa apenas de pista, de BR. Onde a água da chuva escorria pelo meio da rua, literalmente. Numa época onde podíamos correr com os pés no chão, rolar pela rua...uma época onde a energia elétrica era apenas de gerador, e só das 18 às 22h, postes de pau e a lamparina era uma companhia mais que certa nas nossas noites...
Nessa época à frente de quase todas as casas havia um mourão, um pau que faz lembrar um pelourinho, que serviam para as pessoas que vinham dos interiores mais distantes amarrar seus animais, cavalos, burros, jumentos... Havia umas localidades onde a situação era ainda pior e mais difícil. Nestes interiores as coisas só chegavam sobre lombos de animais, muitos levados pelos tropeiros. E estes são os personagens que quero falar.
Os tropeiros eram homens que andavam em tropas de equinos. Eles levavam da “cidade” tecidos, arroz pilado, remédios, condimentos, correspondências e uma série de coisas. Destes interiores distantes e de difíceis acessos vinham correspondências, arroz com cascas, farinha, galinhas, patos, perus, macaxeiras, enfim, produtos de produção agrícola familiar. Eles, os tropeiros, foram peças fundamentais levando e trazendo além de produtos, rendimentos, notícias, histórias, costumes, cultura.
Quando eles chegavam em algumas quitandas para compras, trocas, vendas ou mesmo apenas para um lanche pequeno, eles amarava seus animais nos mourões, que ficavam aos pés das calçadas, e entravam para comerem sabem o quê? Abacatada com farinha ou com pão. Outras iguarias que eles comiam com muita frequência eram as seguintes: o pão ou a farinha, era acompanhamento sagrado de refrescos ou vitaminas de maracujá, cajá, banana, de uva e laranja, (estes últimos eram artificiais, da marca Q’refresco), além da famosa rapadura, que dava muito mais “resistênça” e "sustança".
Eles foram personagens muuuito importantes a vida no interior. Além do que já descrevi acima, das idas e vindas com mercadorias, um fator importantíssimo era o transporte de cartas, longe estávamos léééééguas da internet (tanto em km quanto em tempo). Muitas vezes as cartas vinham de lugares muito distantes para a pessoas dos “centos”, da baixada, como por exemplo o Umbinzal. Os correios não chegavam até lá. Então o remetente enviava a carta para o endereço da minha casa “aos cuidados do Sr. Raimundim Juruca”, meu pai. De posse da carta, papai remetia-a ao destinatário pelas mãos dos tropeiros quando estes iram no sentido do local onde morava o destinatário final.
Lembro como eram interessantes as formas como eles se arrumavam para as viagens, principalmente o cavalo destinado os transportes dos homens. Todos os arreios de couro, cabrestos, celas, tudo rebordado, decorado, muito bem acabado. Para tornar a viagem montado um pouco menos cansativa, e o máximo confortável possível, eles cobriam as celas com o chamado “coxunil”, “baldrama” ou “pelêgo”, uma espécie de manta felpuda, que no verso tinha uns bolsões enormes, fechados com botões. Nestes bolsões iam documentos, cartas, remédios, roupas e outros materiais que necessitassem de cuidados e uma certa segurança. Estes pelêgos eram colocados por cima da cela e presos por uma cilha, uma cinta que circundava o lombo e a barriga do animal. Na foto desta postagem mostra como eram usados este acessórios.
Mas, como muitas coisas do passado, com o passar dos anos, as estradas foram ficando menos difíceis, as maquinas passaram e a piçarra foi colocada em muitas vias. A energia elétrica chegou, os cavalos, os burros e os jumentos foram trocados pelas motos e pelas D-10, D-20 que passaram a levar e a trazer medicamentos, mercearias, correspondências e pessoas. As notícias e as novidades passaram a chegar mais rápido e as mudanças e alterações nos modos de vidas foram inevitáveis. Assim, se foram os tropeiros que passaram a manter suas vidas tornando-se comerciantes locais, donos de roças ou garimpeiros. Dessa forma com as idas e vindas de novas idéias, conhecimentos e novas facilidades a cultura dos tropeiros se perdeu no tempo e nunca mais eu havia ouvido falar destes homens de função indispensáveis em determinado momento da história do Maranhão.

FOTO: o homem da foto é meu pai. Não, ele não era tropeiro. Mas, coloquei esta foto pelo fato de ela mostrar como eram feito os transportes naquela época. Além disso, era justamente assim que os tropeiros arrumavam seus animais para suas longas viagens.

domingo, 26 de abril de 2009

CARTÕES DE RECARGA VIVO - VALORIZAÇÃO DA CULTURA MARANHENSE








A vivo, deste que era NBT, mostra-se que valoriza a cultura maranhense.

Pois bem, de um tempo pra cá, quando estávamos com pouca verba para marketing e não podíamos manter os patrocínios aos grupos como antes... Margarida Berthier, que já era gerente de recargas, e eu sugerimos que se estampassem imagens do "boi" para agregarmos mais este valor ao nosso produto, vendermos mais cartões e mantermos a imagem de responsabilidade cultural que a nossa Vivo sempre teve no Maranhão.

O projeto foi aprovado e Margarida e Eu, produzimos os cartões em parceria com o jornal O Imparcial, que cedeu as imagens de seus arquivos.

Deu certo!!!

Já estamos no terceiro ano...e este anos teremos novidades!!!

Aguardem.

sábado, 25 de abril de 2009

“Ciclo de Debates ‘Fotografia e Memória’”


Amigos...no mês de março minha irmã, Rogenir, me informou de uma ciclo de debates do fotografia, pois sabe ela que sou apaixonado por este assunto. Fui e o resultado do que achei vocês podem ver no texto abaixo, que enviei por e-mail à coordenação do evento, mas que não obtive resposta de nada.
Adorei o evento, pois me fez perceber como o turismo e o seu profissional é considerado. Contudo, quero vocês saibam como foi o evento.
Leiam o texto, vocês entenderam e, por favor deixem os seus comentários:


À Secretaria de Estado da Cultura
À Superintendência de Cultura do Estado
Aos Senhores Organizadores do “Ciclo de Debates ‘Fotografia e Memória’”.


Caros senhores,

Para iniciar, gostaria de parabenizar a Secretaria de Cultura e, em especial, aos senhores, organizadores do “Ciclo de Debates ‘Fotografia e Memória’”. O assunto é muito pertinente à nossa realidade. Uma vez que possuímos um patrimônio histórico cultural reconhecido por entidades e órgãos internacionais, precisamos comprovar que nada fora inventado. As pinturas, as gravuras e os escritos são testemunhos de tudo. E as fotografias são as provas mais reais de tudo que está nos desenhos, nas gravuras e nos livros de outrora, embora haja quem diga o contrário.
Meu TCC (trabalho de conclusão de curso) foi sobre a fotografia e a sua importância à preservação do patrimônio cultural imaterial especificamente. Este trabalho recebeu o título “Um passeio em São Luís do Maranhão: Fotografia e Preservação”. Escolhi este tema por duas paixões, a fotografia e a cidade de São Luís. E este trabalho foi desenvolvido na modalidade ensaio fotográfico, uma opção pioneira que a faculdade onde estudei disponibilizou a seus formandos.
Bom, por tudo isso, fiquei interessado no ciclo de debates. Dois assuntos em especial me chamaram a atenção e despertaram interesses. A conferência de abertura, “Fotografia na Preservação da Memória sócio Cultural”, do conferencista Prof. Alexandre Correa (DESOC-UFMA), e a mesa redonda “História da Fotografia e Fotografia na História: Representação e Memória Fotográfica do Patrimônio Cultural”, com o Prof. Alexandre Correa (DESOC-UFMA), Sra. Kátia Bogéa (IPHAN-RR/MA), o escritor Ananias Martins (UEMA-SECMA), Prof. Frederico Burnett (FAU/UEMA), o jornalista José Reinaldo Martins (UFMA).
A conferência de abertura, foi muito boa, o Professor disse muitas coisas importantes, que nos ajudam demais a compreender as imagens fotográficas. Dentre tantas coisas ele disse que tudo depende da subjetividade. Da subjetividade do fotografado, subjetividade do fotógrafo, subjetividade do local, subjetividade do momento, enfim. Esse ponto de vista faz despertar no observador um senso crítico que o faz sair da ação de apenas olhar, ver. Ele passa interagir e ver que tudo tem uma razão de ser, tudo tem um sentido, mostram situações políticas, pontos de vista e aspectos culturais. Foi excepcional! Contudo, como ele mesmo disse, “o sociólogo tem a função de exagerar”. Mas, ele exagerou tanto que, a meu ver e de outros ouvintes, quase “quebrou a igrejinha” da fotografia.
O evento está tratando da importância da fotografia. Nesse sentido, o papel dele seria de colocar os pontos positivos à frente dos negativos. Foi o que não ocorreu. Em determinado momento ele colocou a fotografia em segundo plano. Ele disse algo como “A preservação da memória deve ser feita através de gravuras, de textos dos livros e até das fotografias”. Essa expressão “e até” coloca a importância do elemento principal da discussão atrás dos demais colocados em sua fala. Talvez essa não tenha sido a sua intenção, mas foi o que sua frase deixou passar.
Já na mesa redonda fiquei um pouco mais entristecido por algumas situações. A primeira foi à ausência de duas peças fundamentais, Sra. Kátia Bogéa (IPHAN-RR/MA), o escritor Ananias Martins (UEMA-SECMA). As suas ausências, em especial da superintendente do IPHAN, deixaram as explanações unilaterais, digamos assim. Ela deveria valorizar a importância dos debates que visam, também, fomentar os seus discursos de preservação do patrimônio. E ali era o momento para mostrar onde especificamente a fotografia é realmente importante e indispensável na preservação do patrimônio cultural local. Busquei sua ajuda, através de uma entrevista, para mostrar isso no meu TCC, mas não obtive retorno de agendamento de uma data, embora tenha tido a confirmação de recebimento do ofício encaminhado pela minha IES. Este tipo de disponibilidade é importante para ajudar formar profissionais mais responsáveis e conscientizar, ou pelo menos sensibilizar, os formadores de opiniões que a tudo criticam ou são contrários de alguma maneira ao que se faz em prol da manutenção do nosso patrimônio cultural, material ou imaterial.
Na explanação do jornalista José Reinaldo Martins sobre o fotógrafo Gaudêncio Cunha foi dito que ele “mascarou”, “forjou” uma São Luís inexistente, quando priorizava anglos abertos e imagens com os trilhos dos bondes dando efeito de que a cidade possuía ruas largas e era uma cidade moderna. O jornalista disse que isso se deu pelo fato de o álbum ter sido um trabalho de encomenda e que as fotos podem “mentir” para forjar uma situação. Isso é verdade, aliás, como tudo, as fotografias podem ser usadas dizer o que pretendemos. O jornalista disse ainda que o Gaudêncio “se traiu” em algumas fotos, quando mostra a rua do Giz, uma rua tão estreita que não havia espaço para poste de fiação elétrica, as grades para esta função ficavam presas nas paredes dos casarões.
Gaudêncio queria mostrar uma cidade moderna e antenada com a abolição da escravatura, segundo Jose Reinaldo, quando fotografou o corpo de bombeiro (o fato de possuir um Corpo de Bombeiros, já mostrava a modernidades. E ele ser composto por negros e brancos era muito mais). E mais uma vez teria “se traído” também quando fez algumas fotos com algumas pessoas nas ruas, onde mostram os brancos na parte superior dos casarões e os negros em baixo, descalços, resquícios de uma sociedade escravocrata.
Será que Gaudêncio cunha realmente se traiu mesmo, como diz José Reinaldo Martins? Será que o fotógrafo não o fez propositalmente? Será que ele não discordava do trabalho pelo qual fora contratado e queria, de maneira discreta, mostrar um pouco da realidade maranhense? Eu não pesquisei a vida de Gaudêncio Cunha como o jornalista fez. Entretanto, ele não mostrou fatos que comprovasse estas fotos foram realmente ‘traições’ e não resultado de uma ação intencional do profissional.
Foi mostrado nesta mesa redonda que as fotografias de Gaudêncio Cunhas, as mais antigas, conhecidas e utilizadas fotografias da São Luís antiga, são uma enganação. Estamos tentando preservar o acervo histórico da cidade baseados em mentiras. Será mesmo que estamos errados? E se não nos fundamentarmos estas fotografias em vamos nos basear? Nos livros, como disse o Prof. Alexandre Correa? Por mais detalhista que tenham sido os autores não conseguiriam mostrar com minúcias o real a ponto de substituir uma fotografia. Acredito sim que os dois possam se completar e não creio que estejamos cultuando o santo errado.
Outro fator que me deixou entristecido foi o fato de os profissionais ali tratarem o turismo como um vilão. Como se o turismo só visasse o lucro acima de tudo, nem que pra isso o patrimônio fosse destruído ou como se o estado de arruinamento do patrimônio fosse culpa do turismo. Sou turismólogo e posso garantir que os cursos de turismo, em todas as faculdades de São Luís, se preocupam muito em formar profissionais responsáveis, comprometidos com a sustentabilidade, com a preservação dos nossos patrimônios naturais, culturais materiais e imateriais.
Por ter a atividade turística um caráter interdisciplinar, estudamos na academia quase todos os aspectos deste caráter. Temos disciplinas como filosofia, antropologia, sociologia, história, geografia, patrimônio cultural, meio ambiente, projetos, administração, economia, matemática e uma série de outras. Trabalhamos também com a visão de “Educação Patrimonial”, assim como o IPHAN. E isso não querendo “ensinar o povo a gostar” do que é seu, como ironizou o Prof. Alexandre Correa. Não, não é isso. O que se pretende com a Educação patrimonial é ajudar estas pessoas a entender todos só têm a ganhar com a preservação do patrimônio. Pretende-se mostrar que tudo isso é do povo, que sendo dele ele deve proteger. Um bem protegido e preservado faz surgir novas oportunidades de melhorar a qualidade de vida. Ora, uma vez não se gastando com recuperação de bens em estados de arruinamento, o investimento por ser em outros setores, como a saúde e a educação. Mais saúde e educação fazem surgir mais oportunidades de trabalho, por exemplo.
E uma melhor qualidade de vida faz crescer a auto-estima da população residente, que se sentindo valorizada e integrada no meio vai sim ter orgulho de receber e mostrar a seus visitantes a cidade em que vive. E daí o que pode ocorrer já é conhecido de todos, um visitante bem recebido indica para outro que também pode vir e gerar divisas na localidade visitada. Nós do turismo não somos só divulgadores ou vendedores de destinos, mas, acima de tudo, somos colaboradores na preservação de nosso acervo patrimonial.
Não fiz minhas observações no momento por dois motivos, primeiro o tempo estava corrido devido a atrasos ocorridos durante o dia e da a pressa do mediador e apresentador do evento em encerrar as perguntas para que se passassem logo às respostas. Depois eu gosto de pensar no que as pessoas dizem, gosto de meditar nas mensagens passadas. Agradeço pela atenção e mais uma vez parabenizo-os pelo evento. E espero que em breve tenhamos outros deste e que os próximos sejam cada vez melhores que os anteriores. Inclusive em números de ouvintes. Aliás, os alunos de turismo mereceriam ter conhecimento e participar de eventos como este.

Atenciosamente,

Rivanio Almeida Santos
Turismólogo
Contato: rivaniosantos@hotmail.com

sexta-feira, 24 de abril de 2009

FOTOGRAFIA, TURISMO E TELEFONE CELULAR


Fazer um paralelo entre Fotografia, Turismo, Patrimônio Cultural e Telefone Celular através de imagens da cidade é o principal objetivo destas postagem.
Muitos dizem que turismo não tem nada a ver com telefonia celular, mas para começo de conversa, ambos são partem do princípio do deslocamento, da mobilidade. Depois, um dos principais elementos de ligação, além do contato telefônico a qualquer momento e em qualquer lugar em si, é a fotografia, vocês vão entender o que quero dizer. O surgimento desta tecnologia ajudou em muito a aumentar a quantidade de viajantes no mundo.
Há alguns anos atrás as pessoas deixavam de viajar por não terem meios de contatos com suas famílias. Os que decidiam por viajavam faziam seus passeios com seus pensamentos presos em casa, o que não lhes permitia uma viagem tranquila.
Com o telefone celular, todos podem viajar com a certeza de que podem ser localizados a qualquer momento. E hoje, com o avançar da tecnologia, as pessoas podem com seu aparelho celular ter acesso a internet, e-mails, ouvir músicas, e registrar todos os seus momentos importantes através da câmera digital de seus aparelhos celulares, filmando e, principalmente, fotografando.
Quando o destino escolhido por um turista, de lazer ou de negócios, é inevitável que não se tire um tempo para registrar os pontos turísticos, os patrimônios culturais e que ainda coloquem as imagens como papel de parede de seu terminal celular.
E, cá entre nós, em São Luís o que não falta é patrimônio para se fotografar, turistas que queiram registrar seus passeios e maranhenses que registram os diversos aspectos da cidade, orgulhosos de sua terra.
Agora me digam, turismo e telefonia celular, são ou não são cúmplices? Será que ainda vai haver ágüem que me diga que trabalhei e me formei em coisas totalmente divergentes?