segunda-feira, 8 de julho de 2013

O ARRAIÁ DA MARROM

Como alguns sabem sou formado em Turismo, portanto sou turismólogo, e trabalho no setor de  Markerting de uma grande operadora de telefonia celular há 04 anos. Com o conhecimento adquirido ao longo destes anos de formação e trabalho aprendi que nada melhor para atrair turistas para uma cidade, clientes para uma loja ou público para eventos que fazer a propaganda do destino, do produto ou evento. É bem como diz o ditado clichê: “A Propaganda é a alma do negócio”. De fato é! E se houver algo chamativo, extraordinário ou presença de personalidades tudo parece bombar. E bomba! É sucesso quase com 100% de certeza. E, no caso de um evento, se for repleto de celebridades e chamar atenção da mídia local, já é sucesso. Se for sucesso regional... melhor ainda. E se a repercussão for nacional é TOP. E se tudo isso for de graça, grátis... para quem costuma gastar em propaganda em mídia é quase um milagre de tão bom.

E não é que o quarteto festejado em junho, Santo Antônio, São João, São Pedro e São Marçal, faz isso pelo Maranhão todo ano? Como se não bastasse à festança que temos em nossa terra que atrai bastante turista, impulsionados pelas mídias e trabalhos de divulgação realizadas em quase todos os Estados brasileiros, recebemos um empurrãozinho no diz respeito à divulgação de nossas festas e nossa cultura.


O Arraiá da Marrom no Rio de Janeiro, que ao contrário do que foi divulgado em alguns meios de comunicação, não teve patrocínio do Governo do Estado do Maranhão. Foi isso que apurei com organizadores da festa.  E, atenção, não estou aqui fazendo defesa política de quem quer que seja. Estou falando como profissional do Turismo e de Marketing que sou. O que acho de fato é  seria merecido o patrocínio sim!!!  Afinal, é um merchandising aos nossos costumes, folguedos, folclore e festas sem ônus aos nossos bolsos. E estamos precisando dessa força. Nosso turismo receptivo tem andado mal das pernas.

Estas informações de patrocínios foram plantadas na mídia talvez pelo fato de Alcione ser amiga de Roseana, a Governadora.  Ora...  como dizem por aqui, “não tem nada a ver o ‘fiofó’ com as calças”, ou pelo menos, não necessariamente. Todo mundo tem algum amigo neste mesmo governo e isso não significa que todos recebem benefícios. Creio no profissionalismo da Marrom que sabe separar o pessoal do profissional.



E apesar de ser este um evento pessoal tem grande repercussão por ser ela uma das maiores personalidades da música brasileira. Motivo para ser de nosso orgulho. Mas, o maranhense não é muito de valorizar quem é da terra. Não me crucifiquem por tal afirmativa, mas é fato. Daí fica consumindo os produtos musicais não maranhenses e falando dos baianos, que se gostam e se valorizam.

Vejamos só: Ano a ano são gastos alguns milhares de reais em eventos fora do Estado para divulgação do nosso turismo. Em missões externas levamos empresários do trade para negociações, atrações culturais, guaraná Jesus, doces, tiquira,  revistas, jornais e folders, além de investimos em eventos, anúncios em TVs e revistas nacionais, além de outdoors em outras cidades... E ficamos torcendo por pelo menos um nota nos jornais.

Todo mundo sabe, ou tem noção, quanto um artista cobra para fazer “presença vip” em um evento para fazer o evento virar notícia? E como a agenda deles é disputada por mil e um eventos?... Alcione, a nossa Marrom, faz talvez o maior e mais disputado evento maranhense fora de nossas fronteiras sem cobrar por isso ao nosso Estado ou Município. Ela mesma banca a sua festa, evidente que há empresas parceiras suas em seus shows, que fazem questão de apoiar o evento tais como a Cervejaria Cintra, o Ginásio Português (local da festa – à proposito até o ano passado era na casa dela), a TAM e a agência de Viagem Prite do Rio de Janeiro. E a razão para estarem presentes, além do fato de serem parceiros, é o fato do retorno midiático que vão ter. Prova disso são as matérias em jornais, revistas, blogs, redes sociais e programa de televisão em praticamente em todos os canais.

O “Arraiá da Marrom” é disputadíssimo por todos os artistas do Rio de Janeiro que geram mídia por onde andam. Estiveram este ano Regina Casé, Ex-jogador Júnior, Antônio Pitanga, Carlinhos de Jesus, Diogo Nogueira, Viviane Araújo, Martinália, Arlindo Cruz, Rosemary, Nizo Neto, Neguinho da Beija-Flor, Xande de Pilares, dentre outros que arrumaram tempo na agenda para estrem presente junto com os familiares e amigos da cantora, em sua maioria maranhense como ela. Além deles, a imprensa toda faz questão de cobrir.



Como todos os anos as atrações apresentadas, os petiscos e as bebidas servidas são todos componentes do cardápio das mais tradicionais cozinhas desse Estado. Esse ano todos de deliciaram com o buffet feito a 4 mãos pelo Chef Dantas e Ivone Nazareth, irmã da cantora, todo com as comidinhas do Maranhão (Cuxá, farofas e tortas) regados com tiquira, licores e o famoso Guaraná Jesus. Além dos doces de Buriti, Macaxeira, pé-de-Moleque e cocadas.  Como se não bastasse o show de atração do “arraiá” foi o Tambor de Crioula, e o grupo de coureiras e artistas do Maranhão radicados no Rio com César Nascimento, além de ladainhas e procissão de São Pedro.


A música maranhense e o forró pé-de-serra foram a base da trilha sonora do evento, que contou com decoração inspirada em nossas festas  com estandartes dos santos festejados no período, altar com as divindades do folclore maranhense e indumentárias das brincadeiras daqui. E ainda tem mais, quase a totalidade da decoração foi feita em São Luís, por artista maranhense também. Isso é valorização de artistas e artesões locais.

Esse evento é não forma de Alcione ganhar dinheiro, até mesmo pelo fato de que ela é cantora, não promoter, e não cobrar ingressos, todos ali são convidados. É uma forma de confraternização com os amigos e familiares que gostam de seu jeito maranhense se ser.  E ela bem que poderia fazer um evento apenas com o tema junino de forma neutra. Mas, não... ela faz com tema junino voltado à cultura de sua terra por ter orgulho de ser de onde é.



O que tenho a falar de Alcione hoje é quanto à sua festa. Em item de marketing e divulgação turística e cultural para o Maranhão não se pode dizer nada além de que foi um sucesso. Divulgação da cultura maranhense, com maranhenses, personalidades e celebridades nacionais em mídias nacionais sem dinheiro dos cofres públicos... O “Arraiá da Marrom” foi TOP!!!!! E eu lamento muito não ter ido. Quem sabe ano que vem poderei participar então conhecê-la.


Texto: Rivânio Almeida Santos
Fotos: Mariza Lima