sábado, 29 de setembro de 2012

SLZ FASHION 2012, UM UP NAS HOMENAGENS 400 ANOS.

São Luís do Maranhão é uma cidade única. Você deve está pensando que me refiro às questões de fundação e colonização, né mesmo? Mas, falo do fato de que aqui tudo é... Inusitado, para ser educado. Nem mesmo o fato de a cidade está ainda comemorando seu quarto centenário é motivo para ser respeitada e agraciada com presentes que possam torna-la mais saudável, mais atrativa e mais feliz. Só para citar uns casos vamos lembrar o Aeroporto “Internacional” em tenda por um longo tempo e a falência do nosso turismo. E quando aparecem pessoas dispostas a investir na cidade ainda tem quem apareça atrapalhando, intencionalmente ou não, mas atrapalhando. Foi o que ocorreu com o São Luís Fashion 2012, um evento consolidado e que tem dado um “up” no que se refere a eventos, negócios, geração de empregos diretos e indiretos. Enfim, um evento que contribui para o turismo de negócios na cidade.

Ora, onde já se viu um evento em sua sétima edição, que tem seu local de realização divulgado com pelo menos dois meses de antecedência e tem sua montagem iniciada vinte dias antes do início, solicitar autorizações dos órgãos competentes, dentre os quais do Corpo de Bombeiros, e só receber visita para vistoria com 24 horas antes do inicio do evento? Era esperado que fossem apontados um ajuste ou outro, mas também era esperado o óbvio, prazo para todo e qualquer ajuste. Prazo este que não houve e o local fora interditado e o evento ameaçado de ser suspenso ou cancelado. Contudo, nas últimas horas uma limitar coerente fora dada liberando a realização do evento. E o que já era esperado aconteceu: O SLZ Fashion 2012 foi um SU-CES-SO!!! 
Foto: internet

O evento que contou com desfiles de grandes marcas nacionais, e presenças Vips de celebridades, foi realizado em três noites disputadas por um público estimado em 15 mil pessoas, prestou homenagem aos 400 anos da capital maranhense.

E, dentre todos os desfiles, que foram espetaculares, destaco o desfile mais importante de todo o evento. O desfile do estilista maranhense Chico Coimbra foi um espetáculo à parte e não foi à toa que ouvi de todas as pessoas com as quais conversei que este fora a melhor apresentação do evento. E mais, este fora o melhor desfile do estilista.

Misturando ousadia e elegância, história e modernidade, sutileza e ousadia, originalidade e sofisticação a maior referência da moda maranhense mostrou que aqui também se faz moda criativa e comercial.

Batizada de “Voilá Daniel” a sua nova coleção abriu a temporada de desfiles do maior evento de moda maranhense, um dos maiores do Brasil. E se a proposta era apresentar ao Monsieur de La Ravardière o resultado de tudo que iniciou com a sua chegada na antiga Upaon-Açu... deu certo! Daniel de La Touche veio a São Luís e foi à passarela do SLZ Fashion. O carnavalesco maranhense Enoque Silva – após 18 anos sem se apresentar nas passarelas maranhenses e vestindo roupa concebida por Joãosinho Trinta, desenhada Guilherme Mendes Ferreira e confeccionada por ele mesmo – deu vida ao principal personagem de nossa história, fundador cidade de São Luís. Fazendo abertura do desfile de Chico Coimbra com muito luxo, elegância e sofisticação.

Foto: Rivanio Santos                                                                 Foto: internet

Nesta coleção pudemos ver toda a influência dos franceses, misturadas às culturas indígena e negra, que desde os tempos coloniais nos influenciam fazendo parte do nosso cotidiano. Assim, nessa visita ao que resultou de sua “França Equinocial” Daniel de La Touche se deparou com lindas modelos morenas, negras, ruivas e loiras vestidas com modelitos inspirados, por exemplo, no Tambor de Crioulas, no Bumba meu Boi, nos salões franceses, nas cores das penas, acessórios indígenas, nas cores das tinturas do Pau-Brasil, no algodão produzido no Maranhão Colonial... Enfim, inspirados em elementos que dão subsídios para se garantir a existência de uma moda com identidade nacional e maranhense. Tanto é verdade que outros nomes da moda nacional vieram beber na fonte de nossa cultura para desenvolvimento de coleções, bandeira levantada e defendida por Chico há mais de 30 anos.

Foto: Rivanio Santos

Em seus 400 anos a Grande Ilha do amor recebeu do São Luís Fashion2012, iniciado pela “visita” de Daniel de La Touche e toda a coleção de Chico Coimbra, a mais bonita, original e sofisticada homenagem e comemoração realizada até então. Talvez só fosse superada pelo “Cortejo e Celebração” que, planejado e projetado para ser realizado durante todos os finais de semana deste mês de setembro, fora enterrado junto com aquele que foi o seu idealizador, o mestre Joãosinho Trinta. Sendo este mais um dos fatos inusitados que fazem dessa nossa São Luís uma cidade única.




domingo, 12 de agosto de 2012

"FRUTOS DA TERRA: UMA MODA SINGULAR PLURAL" NO MOVIMENTO HOTSPOT


Foto: blog "As Fashionistas"

Passei por um período distante das informações do mundo. Volto agora com uma novidade formidável.

Nos últimos dias tomei conhecimento sobre o "Movimento HotSpot" que segundo o próprio movimento diz é "um prêmio de inovação e criatividade. Uma plataforma multimeios online e presencial que se propõe a identificar e expor novas ideias e novos talentos, em âmbito regional e nacional, destacando os mais criativos nas áreas de Arquitetura, Beleza, Cenografia, Design, Design Gráfico, Filme & Vídeo, Fotografia, Ilustração, Moda e Música. O Movimento HotSpot inclui ainda a categoria Ideia, que premiará as três propostas mais inovadoras que envolvam conceitos de Empreendedorismo, Tecnologia, Sustentabilidade, Biomimetismo, Engenharia de Produção, Varejo, Branding e Comunicação".

E qual a minha melhor supresa? Saber que temos representantes maranhenses concorrendo a este prêmio tão importante no cenário nacional. E um dos projetos maranhenses inscritos nesse prêmio, na categoria moda, posso dizer que começou quase assim:

Uma palmeira, uma fibra, um atesão, um Francisco que também é Chico, estilista pesquisador e estudioso, uma grande ideia.... Um tecido da terra. Um tecido de fibra do buriti!

Um produto utilizando matéria-prima artesanal sustentável e ecologicamente correta. Um trabalho como este é sinônimo de ter uma moda genuinamente maranhense e totalmente brasileira. Um produto absolutamente nacional que, além de levar nossas raízes as mais badaladas passarelas do mundo, pode aumentar a capaciade de ocupação e rendimento aos pequenos produtores e artesãos maranhenses que trabalham com a fibra do buriti confeccionando produtos e acessórios a partir desta fibra já tão bem aceita por nossos turistas e que podemos encontrar por diversas cidades de nosso Brasil. São sacolas, pastas, bolsas, toalhas de mesas, pulseiras, colares, cintos, sandálias, chapéus... e por que não...ROUPAS????

Trata-se de um projeto audacioso, arrojado e pioneiro. Contudo, um projeto possível, totalmente exequível e funcional! E, o melhor, um projeto generoso, que mostra boas possibilidade não apenas para o estilista criador, mas também, e principalmente, para o pequeno produtor de fibra.

Enfim, Um projeto maranhense. Um projeto de maranhense para o maranhense, para o Brasil e para o mundo.

O mundo da moda, que já inclui os grandes eventos de moda brasileiros em calendário internacional, deseja cada vez mais novidades. Por outro lado o mercado da moda brasileira já bebe na fonte da cultura nordestina o que torna o projeto de Chico Coimbra absolutamente condizente com o atual momento.

E mais, se é um projeto ecologicamente correto e sustentável... É um projeto que tá na moda.

Então...Tá valendo!!!!! 

quinta-feira, 5 de abril de 2012

ENOQUE SILVA: TALENTO E LUXO DO MARANHÃO PARA O MUNDO

ENOQUE SILVA: TALENTO E LUXO DO MARANHÃO PARA O MUNDO

Por: Rivânio Santos

No ano em que São Luís comemora quatro séculos de fundação o Artista Plástico e Turismólogo Enoque Silva completa 50 anos de existência. E deste meio século, 34 anos são dedicados à cultura e em especial ao carnaval. Sua trajetória teve início em 1979, aqui em São Luís, onde fez escolas de samba, blocos tradicionais, blocos organizados, vestiu grandes destaques, noivas, decorou clubes, bailes carnavalescos, figurinos e cenografia para teatro, além de intervenções urbanas dentro e fora de São Luís.

 

Em 1994 foi apresentado à folia carioca pelo amigo Chico Coimbra. Lá desfilou na Unidos da Ponte, Vila Isabel, Estácio de Sá e Grande Rio, escola onde é destaque principal até hoje. Todo esse trabalho foi acompanhado por Joãosinho Trinta, que em 1997 o convidou para compor seu grupo de shows e espetáculos pelo mundo. Este período rendeu a Enoque convivência profissional e pessoal com o gênio  João, até a sua partida em dezembro do ano passado.

 

 Vestindo a fantasia "Tributo a Nelson Mandela" na Acadêmicos do Grande Rio (RJ), Enoque mais uma vez rasgou o céu da Marquês de Sapucaí dentro do enredo "Eu acredito em você! E você?". Esbanjando luxo e criatividade ocupou o lugar de destaque principal da alegoria "Superação Africana", iniciando assim as comemorações do seu aniversário que será em julho de 2012.

 

Ainda no Rio de Janeiro, participou do desfile da Beija Flor de Nilópolis no setor que homenageou o mestre e amigo Joãosinho Trinta, para quem confeccionou a roupa que seria usada por ele no desfile da agremiação nilopolitana, que levou para a avenida o tema "São Luís o poema encantado do Maranhão". Além de, juntamente com Rivânio Santos e Biné Gomes, coordenar os quase quinhentos componentes que foram abrilhantar o desfile no quadro das festas populares do Maranhão.

 

Para Enoque o ano já começa promissor. Sua agenda de trabalhos está quase completa. Contando com o auxílio e a ilimitada colaboração do companheiro e sócio Rivânio Santos irá produzir eventos como o Lançamento do São João de São Luís pelo Brasil, BNTM (SLZ), SBPC (SLZ), Expoema, São Luís Fashion, BRASTOA (SP), 7º Salão de Turismo (SP), 22º Centro Oeste Tur (DF), 7º MinasTur (MG), ABAV (RJ) e Feijoada do Maranhão (BH e SLS).

 

Mas, a grande expectativa gira em torno do "Cortejo e Celebração – 400 anos de São Luís", projeto criado por Joãosinho Trinta e elaborado por uma comissão de artistas maranhenses da qual Enoque faz parte coordenando toda a estética do espetáculo, por indicação do mestre João Clemente Jorge Trinta. Na concepção inicial do cortejo, Joãosinho pretendia contar a história e trajetória de São Luís, desde a sua fundação até os dias atuais. Contudo, o maior presente seria dado à comunidade artística local, pois o mestre gostaria de utilizar toda a mão de obra local para realização deste grande projeto, por acreditar nos valores existentes aqui e que o mundo precisa conhecer.

 

Atualmente Enoque Silva desempenha a função de Turismólogo e Programador Visual da SETUR – São Luís, dirigida por Liviomar Macatrão, amigo pessoal de muitos anos. E, com tantos afazeres, ainda sobra tempo para dedica-se a manutenção e conservação de sua coleção de arte sacra.

 

 

Matéria veiculada na Revista VIP SL (N.14 – Ano III – 2011)

 

LEGENDA DAS FOTOS:

FOTO 01 – Enoque Silva vestindo a fantasia "Superação de Nelson Mandela".

FOTO 02 – Enoque Silva, destaque principal na alegoria "Superação Africana" na Acadêmicos do Grande Rio 2012.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A VAIDADE NÃO PODE MATAR O PROFISSIONALISMO

Foto: suacidade.com

Ser vaidoso é uma forma se mostrar ser uma pessoa preocupada com seu bem estar e com a própria imagem. Não no sentido de se preocupar com o que os outros vão pensar, mas na imagem em que se está passando aos outros. Isso é sadio. Isso é até bonito. Quando se leva a vaidade, no sentido de competição, para o âmbito cultural muitas vezes o tema torna-se até folclórico, deixando as brincadeiras com um certo charme. Agora, quando se deixa a vaidade passar a fronteira do folclórico ou do charme, deixando o individual sobrepor o coletivo, torna-se imaturo, ou mesmo infantil. Beira o ridículo. E quebra o profissionalismo.

No sábado, 04 de fevereiro, dei uma passada no ensaio técnico da beija-flor (Escola de Samba do RJ) para o próximo desfile onde estavam 7 grupos folclóricos e culturais ensaiando sua participação no desfile da escola carioca, que homenageará nossa cidade. Além de uma boa dose de envolvimento, empolgação, determinação e amor por seu Estado por parte dos brincantes dos grupos folclóricos, vimos - eu e todos presentes - um fato que foi , no mínimo, inusitado. Dois exemplos de comportamentos antagônicos, um louvável e outro lamentável.

De um lado os grupos de Bumba meu Boi, Maioba e Maracanã, os dois maiores batalhões do folguedo maranhense, dando exemplo de união, respeito ao próximo e, acima de tudo, de valorização da cultura local, deixando o macro prevalecer ao mínimo. Estes dois grupos, também dos mais antigos existentes, juntos e misturados literalmente, se unido de forma a mostrar para o Brasil, e para o mundo, através de sua participação no desfile da Beija Flor deste ano, que o Maranhão um Estado forte, unido, rico em cultura e de pessoas civilizadas.

O mesmo no se pode dizer sobre o que se viu em relação aos bois de orquestra. Aliás, o mesmo não se pode dizer em relação à dirigente do Boi de Axixá. Um exemplo público de falta de companheirismo, isso para ser “delicado” com a situação. Pareceu pura vaidade individual. Será?

O fato é que durante o ensaio algumas alterações foram feitas pelo representante da Beija Flor, na coreografia do grupo Boi de Nina Rodrigues. O que deixou a dirigente do Boi de Axixá enciumada, pois achou que o outro boi estava sendo “beneficiado” por ter seu nome citado a cada solicitação de alteração na coreografia. Pela lógica se em uma coreografia não foi solicitada alteração é pelo fato de está toda certa. Ali estava se vendo o coletivo, afinal um resultado final de excelência do conjunto é o objetivo. Em um instante da coreografia abre-se um espaço entre os dois grupos, o que não pode haver em um desfile de escola de samba (faz perder pontos). Para “cobrir” este espaço fora determinado que ali, nesse instante da coreografia, entrariam o vaqueiro de cada um dos dois grupos e o boi em si para fazerem seus bailados. O que foi recusado pelo Boi de Axixá, pois para eles pareceu uma afronta dividir espaço com o Nina Rodrigues, que não se opôs ao fato.

Para defender os interesses da escola que representa e que está investindo milhões (a origem desses milhões não vem ao caso) em um desfile que vale um campeonato disputadíssimo, o diretor de carnaval ali presente teve que chamar a atenção dos envolvidos. É preciso lembrar que um desfile como os das escolas de samba do rio de Janeiro são levados muito a sério e profissionalismo. Não há espaço para amadorismo e na ocasião de um desfile devem prevalecer os interesses que vão contribuir para a competição que poderá levar a agremiação a um possível campeonato. Daí ele ter dito que as alterações são para o bom desempenho da escola e que as alterações sugeridas e testadas com sucesso tinham que ser aceitas e quem se recusasse que se retirasse. Afinal, devem está ali quem está disponível à colaborar com a escola e quiser realmente representar a cultura maranhense no contexto maior e não apenas mostrar-se forma individual.

Que não venham dizer que estou “puxando o saco” de A ou de B por ser de fora. Apenas tenho que ser justo mediante os fatos que presenciei. E quero registrar que sou da Grande Rio. E comigo há essa história de defender meu filho, mesmo ele estando errado, apenas pelo fato de ser meu filho. Se meu filho errou, errou e ponto. Então achei certíssimo a atitude tomada pelo diretor da Beija Flor. Conheço de perto os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro e sei o quanto os cariocas se entregam a este evento, que é sério e envolve milhares de trabalhadores, milhões de torcedores, milhares de espectadores, transmitido para milhões de telespectadores no Brasil e em mais 115 países do mundo, são 12 escolas no grupo especial (este ano serão 14 excepcionalmente), trás para o país milhares de turistas e movimentam milhões de reais entre produção e a arrecadação do evento. Como disse no artigo sobre Joãosinho Trinta, quando se tem um nome a zelar tem-se que ser bastante exigente e nesse caso onde todos os itens envolvidos são sempre nas casas de milhares e milhões deve-se zelar ao extremo pela garantia da excelência necessária para se chegar ao objetivo final: o campeonato.

E o que vejo é que esse tipo de comprometimento, compromisso, profissionalismo e exigência ainda faltam em nossa cidade, em todos os âmbitos profissionais. Temos que deixar de lado o pensamento de “tá melhor que tava”, “tá melhor que nada”, “não tá bom, mas tá melhor que o de fulano” e “coitadinho de mim”. Chega desse pensamento pequeno. Temos que pensar grande, temos que pensar como profissional. Temos que pensar “tá ótimo, mas pode ficar melhor”, “meu trabalho tem que ser excelente”. Há momento e há trabalhos em que não há tempo para meias palavras ou floreamento delas. Tem-se que dizer a verdade e a verdade, muitas vezes dói. Contudo, para ser profissional de verdade a dor deve ser colocada de lado e tem-se que ser direto e objetivo. Afinal o tempo rugi e a Sapucaí é grande.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

A poesia que brotou do pé de acerola da casa do meu Tio Zeca... Essa copiei do blog "Rico Choro"

O pé de acerola do tio Zeca dá poesia

O pé de acerola do meu tio Zeca, singeleza de poesia!

MEU PÉ DE ACEROLA

(Irmão Ribamar)

O meu pé de acerola,

Minha árvore do bem;

Produz, de encher sacola!

Igual a ele não tem.

É fonte de vitamina,

Chega curar algum mal;

Seu produzir ilumina

O fundo do meu quintal!

Gosto de ver sua copa

Sob o vento balançar;

Gosto de colher seus frutos,

Fazer um suco, e tomar.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

JOÃOSINHO É 30. O RESTO É 29

No último dia 17 de dezembro o mundo perdeu uma das mentes mais brilhantes, ousadas e geniais que já existiram. Morreu Joãosinho Trinta, o homem que revolucionou o carnaval do Rio de Janeiro e o fez de “modelo padrão” para o carnaval de passarela de todo o Brasil, além dos países onde há carnaval. E ainda levou nossa festa para os mais nobres e sofisticados salões de palácios pelo mundo a fora.


Não quero aqui relembrar os diversos títulos que João deu às escolas como Salgueiro, Beija-Flor e Viradouro, que lhes deram os status de grandes escolas. Também não quero ficar lembrando os seus feitos ousados em todas estas e na Grande Rio, onde colocou um homem a voar em plena avenida. O que pretendo é defender sua memória e louvar o orgulho que ele tinha em ser maranhense.


João passou a vida trabalhando, e não o digo no sentido figurado. Esse “pequeno” era fora do comum. Sua mente fabricava ideias, projetos. Entre estas suas ideias e projetos sempre esteve o de voltar à sua terra e dar um presente a seus conterrâneos. Isso ele já estava fazendo. Porém, enquanto esse tempo não chegava o ousado e genial Joãosinho fazia o que era possível pra divulgar o nome de seu Estado natal. E onde quer que fosse falava de sua terra, de sua gente, de sua cultura. Tanto que levou nosso Estado como tema de seus carnavais por várias vezes. Com ele o Brasil descobriu que no Maranhão não tinha somente pobreza e analfabetismo. O Maranhão tinha – e tem – gente talentosa, criativa e rica em cultura. E, onde era anunciado, sua profissão e sua origem eram citadas antes mesmo que seu nome. “Carnavalesco Maranhense Joãosinho Trinta”, assim era tratado.


Voluntária e involuntariamente fazia mídia à sua terra e para isso não ganhava nada. Inúmeras vezes, em viagens pelo Brasil, ao dizer que sou do Maranhão ouvi de volta a frase “Terra do genial Joãosinho Trinta e da Marrom”. Quanto não se gasta em mídias em revistas, TVs, jornais, outdoors etc. para divulgar São Luís e o Maranhão como destinos turísticos? O João, que era mais que maranhense, era Brasileiro, falava de sua terra sempre com orgulho. Isso não era pouco.


Poucas, ou inexistentes, são as informações obtidas por uns e outros a respeito desse mestre. Menores ainda são os interesses dessas pessoas em buscar conhecer a essência do ser desse gênio. Mas, há ainda coisa menor, o respeito e o reconhecimento que essas pessoas deveriam dar a ele e sua obra. A divulgação da terra de João, feita por ele, chegou mais longe que muitos meios de comunicações locais conseguem chegar. A ousadia de sua mente genial deu forma ao carnaval do Brasil, isso incluindo as escolas de samba locais. E ainda ousam em perguntar o que Joãosinho Trinta fez pelo Maranhão. João não fez apenas pelo Maranhão. Ele fez pelo Brasil, ele fez pelo mundo. Afinal, ele não era só mais um maranhense. Joãosinho Trinta era um carnavalesco maranhense cidadão do mundo. Isso por si só já é motivo de orgulho.


E, não bastando os questionamentos quanto aos feitos desse mestre, ainda há pessoas que se aproveitam de sua partida para tentar sujar sua imagem e sua reputação. Ação que soa desrespeitosa, leviana e cruel. Quem tinha dúvidas quanto ao seu caráter e à sua conduta pessoal e profissional por qual motivo não o procurou em vida para que o próprio pudesse responder e se defender dessas especulações? Foi medo ou vergonha? Ou simplesmente preconceito por ele ser “O Joãosinho Trinta”?


Não entendo porque o fato de um conterrâneo fazer sucesso lá fora não seja aceito por alguns. Será se estes artistas tivessem permanecido na ilha eles seriam as referências que são hoje? Já perceberam que nós ainda temos muitos e grandes talentos no Estado e que não são conhecidos pelo resto do país?


Vários maranhenses hoje são conhecidos nacional e internacionalmente pelo que fazem. Mas, isso só ocorreu pelo fato de terem ousado sair de sua terra em busca de reconhecimento por seus trabalhos. E não nasce todo dia um Gonçalves Dias, um Ferreira Gullar, um Josué Montelo, um Reinaldo Faray, um João do Vale, uma Alcione, um Zeca Baleiro, uma Rita Ribeiro, uma Ana Torres e muito menos um Joãosinho Trinta. Estes artistas não têm “culpas” – se e que alguém pode ser culpado por isso - de só se destacarem os que são geniais, os que oferecem o novo, o diferente e se arriscam nos grandes centros, como o eixo Rio-São Paulo, ou até mesmo a Europa. E Joãosinho Trinta tem menos “culpa” ainda.


Muitas pessoas que se intitulam de carnavalescos já tentaram a sorte nas escolas de samba de São Paulo e do Rio de Janeiro. Contudo, não tiveram a ajuda nem do talento e muito menos da sorte. É como o próprio João dizia: “não acredito em casualidades, mas em causalidades”.


Quem o conheceu e teve o privilégio de conviver com ele tanto no âmbito profissional quanto no pessoal, como eu e os demais componentes de sua atual equipe, sabe e pode afirmar o quão generoso ele era. E não o digo pelo fato de está ele nos seus “últimos dias de vida” ou “arruinado”, como alguns especulam. O conheci em 1997 por ocasião da Comenda Mérito dos Timbiras, dada a ele pelo Governo do Estado do Maranhão. A partir daí se fortificou uma amizade e que passou a colaboração profissional, motivo de muita honra, pois João só buscava para junto de si pessoas com trabalhos de excelência. E nem a doença o afastou de seus amigos e colaboradores e do seu trabalho. Ele sempre se mostrou generoso, sempre gostou de ser ouvido e, principalmente, de ouvir. Dizia que além de respeitoso isso fortalecia as relações e dava unidade de informações à equipe.


Exigente ele sempre foi. É fato. Quem não o é quando se quer defender um trabalho que leva sua assinatura? E, no caso, um trabalho com a “grife” Joãosinho Trinta deve ser muito zelado pela qualidade dos resultados. Afinal de contas esse nome não se fez da noite para o dia. Ele não foi Doutor de formação, porém, foi um mestre no trabalho que fez e sua obra serviu, serve e servirá como objeto de estudos e teses para muitos doutores.


Polêmico João sempre foi. Sem dúvida alguma. Mexer com o senso comum, mudar as ordens das coisas sempre causa certos desconfortos iniciais. Mostrar as coisas por diferentes ângulos, mexer com a opinião pública e fazer refletir eram algumas de suas marcas. Como ele mesmo disse certa vez: “Só os contrastes causam impacto e são capazes de mostrar a realidade brasileira”. Isso incomoda, causa inveja e especulações. Citar sua obra é obrigação para quem o menciona, pois ninguém pode lhe tirar seus méritos. Agora usar especulações para agredir e diminuir a imagem de quem colaborou muito à cultura nacional é covardia. E quando a pessoa não está mais presente para se defender é desumano.


Que fique registrado que João Clemente Jorge Trinta, o Genial Carnavalesco Maranhense Joãosinho Trinta, teve seu nome conhecido e reconhecido no Brasil e no mundo no diminutivo. Entretanto, seus feitos à história e a cultura, além do seu coração generoso, o fizeram um ser humano no aumentativo. Por fora um Joãosinho, por dentro um Joãosão. E como disse Ramilton Fernandes, vice-presidente da Beija-Flor, em 1990, “Joãosinho é 30. O resto é 29”.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

POSTAGEM




"Não quero lhe falar meu grande amor da coisas que aprendi nos discos. Quero lhe mostrar como eu vivi e tudo que aconteceu comigo..." ah!... Saudosa Elis. Mas, estou hoje aqui pra falar de coisas que aconteceram comigo, de coisas que vivenciei. Quero falar de outros tempos... De uma época que a nossa juventude não deve recordar muito bem. Quero falar das correios, aliás, do objeto de origem dos serviços de correios, as cartas.

Quando eu era criança, não faz muito tempo, estou hoje com apenas 31anos, era muito comum o uso das cartas. Em especial no interior onde morávamos minha família e eu. Até uns quinze anos atrás em Presidente Médice ainda não tinha nem computador, muito menos internet, email, rede sociais... Nem o Amâncio, o homem mais rico da cidade, quem dirá mas casas das demais pessoas. Lan houses? Nunca tinha ouvido falar.

Hoje, quem nasce e se comunica através de celulares, orkut, Facebook, email, twitter e todos os meios de rede sociais não imagina como era gostoso escrever uma carta, ir aos correios, selar a correspondência (lambendo o selo), postá-la, esperar resposta e enfim receber o retorno... Não tinha nada mais gostoso que receber uma carta de um conhecido.

Lembro perfeitamente das regras de se escrever uma carta com o ne da cidade e a data em que ela estava sendo escrita bem acima. E um fato curioso é que quase todas as cartas que eu lia começavam quase sempre da mesma forma:

"São Luís, 01 de Janeiro de 1995

Saudações!
Querida amiga, olá, tudo bem? Espero que sim. Estou lhe escrevendo estas poucas linhas para dar-lhe as minhas notícias e depois saber das suas."

Depois desta introdução a "conversa" se desenrolaria. Li muuuuitas cartas assim. Na cidade não dispúnhamos de agència dos correios propriamente dita. O que tínhamos era um posto de coleta e distribuição de correspondências. Semanalmente a mulher que era responsável ia ate a cidade vizinha fazer a postagem efetivamente falando. E, apesar do pequeno número, as cartas eram levadas em um saco de postagem, tipo malote. E minha mente, que produzia muuuitas imaginações, tio o Bob do desenho animado, "visualizava" as cartas sendo entregue em uma espécie de tubo, partindo direto do saco de postagem... Kkkkk.

Na minha casa era comum recebermos cartas de outras pessoas. Amigos, parentes e clientes que miravam muito distante e que não tinham dias e horários para irem a cidade. Daí guardavamos na prateleira, de frente para a frequesia, que volta e meia alguém procurava se havia chegado alguma carta pra si ou pra vizinhança de seus povoados. Ou sabendo da viagem de algum tropeiro aproveitãvamos pra enviar a encomenda.

Que (me) ver hoje teclando comentários diários no facebook, não imagina que já escrevi carta para programa de TV como o Globo Rural e Pequenas Empresas Grandes Negócios só pra ter que receber cartas. Não imagina que fiz curso de pintura por correspondência pelo IUB (Instituto Universal Brasileiro -lembra?). Não imagina que mandava revelar fotos da máquina love e as recebia em casa, fotos maiores que as 10x15 de hoje e que vinham com duas cópias miniaturizadas... Ainda tenho foto destas.

Tudo isso era muito gostoso. E nos dias onde tudo é instantâneo e quase efêmero não se tem tempo para lembrar que a pouco menos de duas décadas quem queria ter mais perspectiva de trabalho ou queria fazer bonito, fazia curso para escrever pelo menos uma carta na máquina de datilografa Olivetti normal. E quem podia já tinha, o que era ultra moderno, umaáquina de datilografar eletrica, como o Seu Amâncio.

terça-feira, 31 de maio de 2011

É Gooooooool!


Sabe que estes dias eu estava fazendo uma análise de minhas útlimas viagens e busquei puxar à mente uma coisa que tinha me tocado.
E cheguei a conclusão que a Gol é verdadeiramente um empresa de inclusão.
Caraaaaamba, que diria que pobre pudesse pegar um vou para visitar parentes do outro lado do Brasil?... antes só se dependesse da caridade dê algum parente mais abastardo ou se tivesse muuuita sorte em ganhar dinheiro em loteria... Talvez ainda se fizesse economia durantes aaaaanos. Hoje, é fato, em 10 anos de existência, a Gol já levou, pra lá e pra cá, mais do que a Vasp conseguiu em todos os seus anos de existência (não lembro ão certo..mas, algo em torno de 50 ou 75 anos.).
E como se isso não fosse o suficiente, e realmente não o é..., ele vai a frente dê todas em outro quesito. A Gol é a companhia aérea atuante no Brasil, que mais investe na diversidade. Ela emprega negro, branco, ruivo, gordo, magro, lésbicas, gays, bonitos, feios, jorvens, pessoas dê meia idades e portadores de necessidades especiais nos seus mais diversos tipos... E todos são pessoas capazes e eficientes. Isso é lindo! São pessoas que não se entregaram ão preconceito e persistiram em um sonho antes difícil, dado aos estereótipos exigidos.

Fiquei hiperfeliz quando percebi isso. Me senti bem em "dar trabalho" pra toda essa gente, que é brasileira e não desiste nunca. Isso sim é um verdadeiro gol dê placa.

sábado, 16 de abril de 2011

CHEGA!


Olá!
Entre outubro de 2007 e maio de 2008 esteve no ar pela TV Globo a novela " Duas Caras", de Agnaldo Silva.
Na novela que passeava da favela à zona sul do Rio de Janeiro havia uma sociality muito elegante e divertida. Guioconda era personagem da maravilhosa Marília Pêra e tinha uma amiga inseparável da qual não me recordo o nome... Contudo, isso não vem ao caso. Houve uma cena em que as duas estavam passeando pelo calçadão de Ipanema e foram vítimas de um assalto.
Diante da situação e indignada com o ocorrido, Gioconda tomou o microfone de um vendedor de pamonhas e deu um grito que não esqueço, que continua atual e que, dadas as notícias em nossos jornais , faz-nos ao menos repetir e refletir sobre o basta que deve ser dado. segue:
"CHEGA !
Chega de sinismo, de hipocrisia, de mentiras, de violência! Chega de gente que quer se dar bem a qualquer preço, que banca a vítima só pra levar vantagem. Gente que não tem vergonha na cara e faz xixi na rua!
Chega dê favelização, de dengue, de asfalto esburacado, chega de falta de cuidado com a saúde do povo, dê governantes omissos! Chega de roubo!
Chega de bancar o avestruz e enterrar a cabeça na areia pra não ver o que está errado!
CHEGA! CHEGA! CHEGA! CHEGAAAAAAAA!"

terça-feira, 5 de abril de 2011

AEROPORTO INTERNACIONAL MARECHAL CUNHA MACHADO

Gostaria eu de poder colocar aqui somente coisas boas... Mas, não posso. A verdade deve sempre ser mais importante. Sendo assim preciso falar sobre o nosso aeroporto.
Tá um caos total. Passageiros em embarque esperam sob tendas, quer chova ou faça sol.
Quem espera passageiros no desembarque... Espera sentado em pedras, tijolos, calçadas... E uma única tenda...quer chova ou faça sol.
Das 27 lojas que existiam no aeroporto apenas uma lanchonete montou barraca no antigo terminal.
Dias atrás durante uma chuva a lona da tenda de embarque, segundo testemunhas, desabou e molhou todo mundo. Esta semana uma placa de acrílico caiu sobre a testa de uma funcionária de uma companhia aérea.
Agora uma mega tenda está sendo montada pela Infraero. Segundo a empresa, sistema de ar refrigerado será usado para climatizar o espaço dando um mínimo de comodidade aos nossos visitantes.
Em meio a tudo isso as secretarias de turismo, municipal e estadual, seguem com suas programações dê divulgação do São João do Maranhão.
Que os frutos das ações das secretarias sejam muitos, que os turistas que ainda queiram vir à São Luís venham com espírito de aventura, de rusticidade, de surpresas e dê muuuuuita boa vontade.

domingo, 6 de março de 2011

O SAGRADO E O PROFANO NA PRIMEIRA CASA COR MARANHÃO

Olá pessoal! Depois de um longo e tenebroso inverno... cá estou novamente. Aconteceram vários imprevistos que me impossibilitaram de vir comentar alguns acontecimentos, ou falta deles. Dentre os imprevistos um assalto no qual me levaram tuuuuudo que tinha, até o notbook e câmeras fotográficas. Daí perdoem-me pelas fotos tiradas de um celular nada bom para registros fotográficos e que não consegui postar. São Luís, São Luís....
Pois bem...voltemos ao que interessa!
Este ano em nossa capital foi aberta primeira Casa cor Maranhão. Um espaço de muito requinte e sofisticação. Os profissionais foram demasiadamente felizes em seus projetos, em especial por se engajarem com o tema da sustentabilidade definido pela organização do evento. Além dos trabalhos de arquitetos, designers e decoradores locais, é satisfatório ver a quantidade e a qualidade das obras dos artistas genuinamente maranhenses que deram o toque final a cada ambiente.
E como cada cômodo da casa é passível de muitos assuntos quero hoje comentar sobre o Atelier da Dona de Casa, que está sob a criatividade do veterano Chico Coimbra e da estreante Rafaela Sarney e que mostraram, além de tudo, muuuita delicadeza e glamour.
Para ser mais específico quero comentar sobre o desfile “O Sagrado e o Profano”, dele que é o maior nome da moda maranhense, o maravilhoso Chico Coimbra.
O espaço escolhido, o hangar, estava decorado com um mini altar, feito por Enoque Silva e... eu, que contava com peças sacras de artistas e períodos diversos e que se misturavam com artefatos do universos da moda como máquina de costura antiga, manequins, tecidos, torçais e roupas de alta costura.
Os aproximados 200 convidados puderam acompanhar um desfile com 40 figurinos, aliás um verdadeiro espetáculo, que contou com um número de dança na abertura e com a presença Vip de modelos experientes como Camila Fonseca e Camila Ribeiro (Miss Maranhão 2010), além da atriz maranhense Claudiana Cotrim, que deu um show a parte em suas entradas performáticas, incorporando cada figurino.
E os figurinos de Chico... ma-ra-vi-lho-sos! Um mix de peças artesanais com industrializadas dando um toque de requinte absoluto ao espetáculo apresentado. No entanto, destaco a noiva feita com tecido fino, tule e rosas de fibra de buriti, marca de Coimbra, e que deu mais autenticidade e personalidade ao figurino. Aliás, assim era o conjunto da obra, uma mistura de sofisticação e glamour com toques de artesanatos e manufaturas que deram a nossa cara ao show lhe testemunhado. Uma prova viva que a sustentabilidade está sempre na moda.