Quando eu nasci, em 1979 ela tinha apenas 35 anos e já tinha tido 9 filhos e ajudado na criação de 01 irmã e 07 sobrinhos do meu pai. E isso eu só me refiro aos que moraram na casa dela depois de casada. Não me refiro aos tempos em que, ainda menor de idade, ajudava a própria mãe na roça para criação dos irmãos.
Não teve tempo de sonhar com a maternidade. Ela cresceu mãe. Ela sempre foi mãe. Dos seus e dos outros. Talvez por conta disso não tivesse tanto tempo para sorrir.
Suas responsabilidades sempre foram grandes. Não era apenas puramente criar por criar... não era apenas dar comida a tanta gente. Para isso acordava as 5h da madrugada, para preparar café, organizar a produção na padaria, arrumação da farmácia, preparar o café, por o leite pra ferver, separar leite para quem comprava, por alguém para fazer as entregas, por meninos e meninas para se arrumar pra escola, não sem antes ensinar a arrumar a cama ou enrolar a rede... distribuir as tarefas da casa entre escolher quem iria limpar móveis, quem iria varrer, quem passaria pano na casa e quem passaria óleo de peroba nas folhas das plantas da sala (não julguem... era moda da época).... enquanto isso chamava os livres das atividades para pegar 2 galinhas das criadas no quintal para fazer o almoço já feito jantarado.
A tarde uma soneca pra descansar - enquanto eu esfarofava seu cabelo cacheado a la Maria Betânia - e depois a limpeza do quintal, descascar coco para nós e preparação para esquentar o jantar e por os "bunitos" que estudavam no turno nortuno. Já à noite, um pouco de conversa na calçada, onde às vezes - qdo o caminhão que vendia laranja passava -, ela já sentava com uma bacia no colo para descascar laranja para nós que vibrávamos com isso. E quando papai chegava de alguma viagem com uma tarrafinha com maçã??? Uma festa rara àquela época, ela dividia todas em partes iguais. Fosse uma!!! Ela dividia igualmente a todos os presentes. Fossem 8!!! Todos provaram igualmente.
Quando os filhos já estavam em São Luís estudando as preocupações com a segurança, com o estudo, alimentação e as confusões dentro de uma casa cheia de adolescentes na busca de futuro melhor.
Para ajudar nas despesas extras que os que moravam na capital sempre tinham ela vendia leite (de litro em litro), aproveitava os 20 coqueiros do quintal e vendia coco seco a quem procurava e coco verde quando apareceram caminhões comprando e nos incentiva-nos a vender vidrinhos de injeções aos parques que apareciam pela região (eles usavam na barraca de tiro ao alvo).
Ela não tinha muito tempo para sorrir. Suas preocupações eram sempre grandes. Hoje, certa que fez o seu melhor - sem ter a noção que fez muito além do que poderia - ela consegue rir, sorrir gargalhar e até chorar de tanto sorrir. Ela tem a segurança que entregou ao mundo pessoas honestas, sérias, batalhadoras, justas, solidárias e de coração que são morada de um Deus Soberano, apesar de nem todos terem a sua mesma religião.
Ela que já foi Terezinha de Jesus Albuquerque de Almeida, passou a ser Terezinha Almeida dos Santos, virou Terezinha do Juruca, Dona Terezinha, Terezinha, Teca, se transformou em mãe - nossa Terólas, Terolás - e foi alçada a Vovó.. e vó é mãe duas vezes. É nossa força inspiradora, nosso centro e, nos dias que as marcas e consequências da idade manda sinal, tudo vira nossa criptonita.
Hoje, como os filhos bem encaminhados na sequência de tudo que ela nos ensinou, nossa maior missão é fazê-la sorrir. O sorriso de Terezinha é o maior abraço que nossas almas e nossos corações poderiam desejar e realizar.
Minha mãe é a melhor mãe que Deua poderia ter nos dado. Ele acertou mais uma vez em cheio!! E, se em outras vidas que Deus tenha nos reservado no futuro nós pudéssemos escolher, escolheríamos tê-la como mãe novamente, sempre!!! Só com uma pedido especial, que ela sempre tenha mais tempo para sorrir e ser feliz.
Lindo texto!!!! E sim, liiindo sorriso 🌹
ResponderExcluirQue linda homenagem e reconhecimento mais que merecido a sua mãe guerreira 💪🏼🤩♥️ Feliz Dia das Mães 🔆
ResponderExcluir